quinta-feira, 30 de junho de 2011

Carinha de bebê

Os bebês, em geral, nascem com cara de bebê. Mas, é claro, a família toda, sempre muito "coruja", começa o famoso interrogatório: "Com quem ele (a) se parece?" Sempre esperando que a resposta seja a que eles estão louquinhos para ouvir... (risos). Eu, particularmente, quando consegui reconhecer traços de aparência familiar nos meus filhos, eles já estavam bem grandinhos, desmamados já.

O Lucas tem traços físicos e temperamento do pai, com exceção do afeto e de gostar de ser alisado, coisa de canceriano. O Felipe tem traços físicos do meu pai, carinha  e bom humor de baiano... não sei se foi uma cópia, já que a grande figura masculina na vida dele é o avô, são "unha e carne", fazem tudo juntos, guardam segredos um do outro, vivem nos cochichos e risadas, nada passa sem uma piadinha.

Apesar dos meus garotos (sacanas) não se parecerem fisicamente comigo, não me incomodo com isso. A grande preocupação de todos os pais penso que seja a construção da identidade desses nossos tesouros. Por essa causa, tenho lutado todos os dias.
 (Mariuza Freire)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Pequenos Frankensteins

"(...) Não pedi para nascer,
Não escolhi o meu nome, 
e tenho um corpo montado

Com pedaços de avós, fatias de pai
E amostras de mãe.

Nas reuniões de família
O esporte predileto
É dissecar Frankenstein:

“Os olhos são dos Arruda...”
“Os pés lembram os Botelho...”
“Tem as mãos do velho Braga!”
“... e o nariz é dos Fonseca!”(...)


(Trecho de "O jovem Frank", de Carlos Q.Telles)



É assim que acho que todos os bebês se sentem ao sair da barriga da mãe. O “chororô” inicial nada mais é que um pedido de “Deixa-me ser quem eu sou, ainda que com os olhos iguais aos do vovô, narizinho igual ao daquele primo de segundo grau, etc., etc., etc...” ou absurdos do gênero.

Só quem é mãe sabe o quanto o nariz do seu filho parece com o de tanta gente, menos com o dele mesmo. Ou como neste segundo a testa dele pode ser estreitinha como a do pai ou larga como a do irmão no segundo seguinte.

É engraçado como as pessoas parecem querer deixar suas marcas no mundo através dos traços das crianças...

E ai daquele que contrariar um parente cujo sinal está claramente naquele bebezinho indefeso... “Mas não vês que é exatamente igual?” - ignorando o fato de um bebê com horas de vida ter traços idênticos aos de uma pessoa no alto de seus quarenta anos.

Há os saudosistas que se esmeram de se lembrar com detalhes como os filhos eram naquele exato momento há anos... “As orelhinhas são idênticas às do meu filho quando nasceu!” E eis que surge na mãe aquele pavor lá no seu íntimo: “Céus! Do meu bebê vão ficar assim também?”

Não se devem esquecer os que nem se importam com os detalhes de semelhança: “Basta que tenha saúde” ou “Todos os bebês são iguais” são falas também muito comuns em visitas de hospital. E aos pais cabe aquele sorriso amarelo seja de alívio pelo bebê ser saudável, seja pela dúvida de ter chamado ou não seu bebê de feio...

O fato é que toda mãe quer sempre que seu filho seja sua cara. Passar 40 semanas sendo chamada de gordinha, ter varizes, pés inchados, ameaças de estrias, cansaço, dores nas costas, desconforto para dormir, enjoos, azia... Enfim, seria, no mínimo, um “obrigado” da mãe-natureza a carinha ser igual à sua.

Mas a vida tem as suas traquinagens e o bebê tem a audácia de ser a cara do pai! E quando maior, tem até as manias dele (para afrontar aquela vez que a mãe reclamou e disse que se fosse com seu filho, não seria assim....)

Nesse instante, a mãe percebe que ama aquele serzinho pelo que ele é, não importando com quem ele se pareça mais. E no fundo, bate um orgulhinho de ele ser a cara do pai, que foi o homem por quem ela se apaixonou e lhe deu esse presente infinito e maravilhoso.

Então, a mãe estufa o peito e diz em bom tom: “É a cara do pai!”

(Por Nina Marinho, mãe da Mariana)


Observação – Marianinha é a cara do pai, embora algumas pessoas digam que se parece comigo (eu, honestamente, não acho – é mesmo a cara do pai). Todos só dizem que se parecem comigo quando dá seus chiliquinhos e fica bravinha. Eu, concordo, pagando o preço de ter sido assim com a minha mãe...

terça-feira, 28 de junho de 2011

Não precisa de exame de DNA!

Geralmente dizem que o menino se parece mais com a mãe, mas não foi o meu caso. O Pedro é  a carinha do pai, não tem nada meu. 

Quando o colocaram no meu colo pela primeira vez e eu vi os olhinhos, eu via Ricardo neles, fiquei impressionada. 

Além da carinha, é do mesmo signo, tem o mesmo gênio, são parecidíssimos em tudo. Bem que eu olho para ele e fico tentando achar alguma coisinha minha, nem que seja a unha do dedinho do pé, mas não tem nadaaaaa. rsrs 

Até nos gostos, pois ele gosta mais de exatas como o pai. Os genes do maridão devem ser muito fortes. rsrs 

Se fosse ao contrário acho que pediria um exame de DNA, pois iria dizer que não era meu filho. A coisinha boa é que ele é ligadíssimo em mim, é meu amigo, conta os segredos, somos cúmplices. Acho que não dá para ser assim com o pai, pois são muito parecidos e dois bicudos não se beijam. Então sou uma feliz ferrada, pois sou uma escorpiana convivendo com dois sagitarianos que não são moles não! 
(Cris Happy - mãe de Pedro)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

"Cara de uma, focinho da outra"

Desde que a Sâmia nasceu é filha de peixe, só tem mãe. É a cara da mãe. Aqui na cidade, todo mundo acha que somos parecidas e de fato, somos. Não só na aparência, mas também na essência. “Cara de uma, focinho da outra..." (como diz o povo da minha terra). Transcrevo abaixo um post do blog dela, publicado em 07/04/2011. Alguém quer maior declaração de amor?

Eu já te falei de tudo, mas tudo isso é pouco,
diante do que sinto.


Além da cara que não há quem negue é a mesma, herdei dela o choro quieto e silencioso e as  cartas de amor and otherwise escritas, extensas e nunca enviadas. Herdei essa vontade de ser sabe Deus o quê e o falar muito o desnecessário e pouco, quase nada, o necessário. Herdei, e renego enquanto tento remendar o já feito, a mão pra fazer coisa errada. Herdei um sofrimento constante do qual ela não fala e eu não falo, mas que está aqui dentro e perturba. Herdei esse sentimentalismo exagerado que um dia encheu de poesia folhas e mais folhas de papel. Herdei um coração pra sempre partido e a sina de amar o perdido. Herdei "ilusões perdidas e sonhos inúteis..."* Ah, e o gosto por Fagner, pelas músicas que de tanto ouvir me trazem lembranças de coisas que não sei o que são. Tenho nem pra onde fugir. É aquela história: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. :-)
(Sâmia - filha da Irene)
[Fanatismo - Florbela Espanca e Raimundo Fagner]

Ahhh, ele é a cara de... De quem mesmo?!?


Logo assim que Miguel nasceu, eu o achava uma cópia fidelíssima do pai, com direito à boquinha bem desenhada e aos cílios longos, exatamente do jeitinho que eu tanto queria, porém trazia também o estrabismo e os buraquinhos do nariz beeeem abertos, o que eu torcia para que não tivesse. (risos)

Muita gente concordava que ele era a cara do pai, mas boa parte o achava mais parecido comigo, como a sua tia Junia. Quando os seus primeiros dentinhos nasceram, confesso que até eu o achei parecido comigo, quando tinha a idade dele! Nossos sorrisos são beeeem parecidos e acho que o olhar também, embora ele lembre muito o meu falecido pai nesse aspecto. Tem mania de olhar fixamente para as coisas e meio de lado, com certa desconfiança, observador ao extremo! Quando o pego assim parece que é meu pai me olhando, tamanha semelhança! Emociono-me, até hoje! Sempre!

Não me atendo apenas ao físico, desde a barriga Miguel tem o meu modo de sentar, em cima das pernas, e eu vivo brigando com ele por conta disso! Tem também o meu jeito de falar, alto, expressivo, gesticulando! É esperto, inquieto, sapeca, simpático e falador, coisas que mamãe vive repetindo que se assemelha muito a mim. Segundo a mãe de Jeter, ele era beeem calminho, sossegado. Eu não. Era e sou espoleta, como Miguelito é! (Estou ferrada! he he he) Herdou do pai o jeito brincalhão e divertido de ser. Tudo para ele é motivo de piada e de gozação.

Sinceramente, nunca me importei muuuuuito com essas coisas, pois, independente das semelhanças e das diferenças, eu sempre achei meu filho a coisa mais linda do mundo (e que mãe acharia diferente, né?). É minha colchinha de retalhos, especialmente com paninhos meus, do pai e de seu vovô Tonho! É tão igual... e é tão diferente... É ímpar, singular, único! E isso basta!

(Andreia Dequinha, mãe do fofucho do Miguelito)

domingo, 26 de junho de 2011

Será menino ou menina?!?

Quem nunca engravidou não tem idéia da emoção que é ouvir pela primeira vez o coração do seu bebê. Aquele som acelerado e que faz seu coração bater muito mais forte, buscando o mesmo compasso.

Minha primeira ultra foi emocionante. Como disse no outro post, tinha medo de não ter meu bebê ali, mas quando ouvi o coraçãozinho batendo, enlouqueci. Chorei ali mesmo.

Começaram as especulações sobre o sexo do bebê, minha família torcendo por uma menina e a família do maridex por um menino. Eu? Ah, eu estava feliz demais e aceitaria muito bem ambos os sexos.

Passei a me interessar por tudo que era sobre bebês. Entro em sites, comunidades do Orkut, lojas virtuais, lojas reais e piro em tudo que me lembre este serzinho que cresce dentro de mim. Mas aí começaram meus problemas. Sim, preciso deles (os problemas mesmo) para viver. TUDO é azul ou rosaaaaaa!!! Como assim??? Unissex nada!!! As coisas verdinhas e amarelinhas tem um toque masculino ou feminino e eu não queria meu bebê no meio da situação. PQP, mas o que fazer? Esperar. Sim, olhava tudo, babava em tudo, mas não comprava nada. Esperei para saber o sexo.

O dia tão esperado chegou. Fui ao médico para fazer a ultra morfológica e assim que ele colocou o aparelho me disse: "-- Mãe, impossível saber o sexo, o bebê está em posição de sapinho e sentado sobre as pernas." Nãoooooooooooooooo!!! E a barra de chocolate que havia comido para agitar o bebê? Mais uma crendice popular!!! Affffffff

-- Doutor, não levanto daqui sem saber o que é.
Ele percebeu que eu falava sério e começou a cutucar minha barriga: "-- Acorda, bebê, vamos, acorda..." kkkkkkkkkkkk

Meu bebê resolveu colaborar: abriu as pernas e mostrou os documentos. "-- É um menino, mãe, olha o saquinho e o pintinho dele!"  Pois é, pessoal, é o meu Guilherme que está a caminho.

Ah, só para constar, saí da ultra direto para a loja de bebês e desesperada (kkkkkkkk) comprei muita coisa azul e verde pro meu garotão.

(Participação especial da gravidíssima Dani Desidério)

Um presente para as mamães!!!



Essa foi uma das músicas que eu usei na retrospectiva de um aninho do Miguel, por isso tenho um carinho especial por ela! Viajo no tempo... para o passado, para o futuro, e perambulo até mesmo pelo presente...!!! Espero que vocês também gostem dela! Acreditando nisso, é que compartilho esse vídeo com as mamães do MATERNAidade, apesar dos errinhos nele contidos. Impressionante que até com os errinhos ortográficos eu aprendi a conviver, de certa forma, para mostrar como ser mãe nos torna beeeem mais tolerantes com tantas coisas...!!!! (risos) 

Um beijo grande.
Andreia Dequinha

Ufa, nasceram!!!

Passei  a gravidez toda de molho na cama, porque tive ameaça de aborto e, depois, de parto prematuro. E passei a noite de  2 de setembro de 97 no vaso, fazendo fotossíntese... Era o que parecia, porque a toda hora eu expelia (ô verbinho feio!) um líquido verde, que nem clorofila mesmo. De 5 em 5 minutos minha barriga se retorcia, endurecia e eu nem me intimidava, gritava de verdade.

Assim que amanheceu, confirmamos que havia algo errado: eu conseguia enxergar minhas próprias bochechas, de tão inchadas, e meus pezinhos de elefante nem entravam nos chinelos! Ligamos para o obstetra, que mandou a gente ir pra lá na mesma hora, que ele ia abrir o consultório. Lembro-me da dificuldade que foi pra descer as escadas e andar até o carro, o corpo, desgovernado, não obedecia, eu parecia uma mistura de siri com pata, andando de lado, em câmera lenta.

Chegando lá, minha pressão estava 17 x 10 e o coraçãozinho da Talita disparado, 170 por minuto, então ele decidiu fazer a cesárea naquele dia mesmo, com 36 semanas.  Parece incrível, mas a minha maior preocupação naquele momento foi  “mas esse dia é muito feio, só tem 1 algarismo, eu queria que ela nascesse na primavera...”  Como a previsão dos 9 meses era para outubro, eu tinha ficado cismada com a primavera, hehehe! E o obstetra, uma pessoa fantástica, muito espiritualizada, me consolou assim “Filha, a partir de hoje, o dia 2 de setembro vai ser o dia mais lindo da sua vida!” Ele me passou tanta segurança, que eu nem me preocupei e achei um exagero que o Mô e minha mãe ficassem tão desesperados. É que eles já sabiam que era pré-eclâmpsia, eu só soube depois do parto.

Foi só passar em casa, pegar as malas e voarmos pra maternidade, levados pelo meu irmão. Meu pai despencou de Araruama, minha sogra disparou a chorar e eu a tremer, vendo aquele show todo, de gente espetaculosa. Aliás, tremer  foi o que eu fiz de melhor, meus dentes batiam tanto que ficaram doloridos dias seguidos! Mal consegui vestir aquela roupa verde fashion. Chorei muito vendo a minha mãe ficando pra trás enquanto eu me afastava naquela maca barulhenta. Na hora H gritei bastante também, chorei, berrei que estavam me sacudindo, me chacoalhando, que parecia que estavam sovando massa de pão, kkkkk!!!! (Vocês não tiveram essa impressão não?!) Ah, e o Mô ficou o tempo todo me fazendo cafuné!!! Imaginem se não tivesse ficado, o estrago que eu teria feito nas orelhas dos médicos...

Depois que a pressão subiu mais um pouco, conseguiram finalmente livrar a Talita daquela batedeira, botaram aquela minusculeza de neném  em cima de mim, apertei o narizinho dela e me apagaram. Quando acordei, no quarto, tinha um povaréu danado lá, uma barulhada absurda,  e eu, zonza com a anestesia, ficava pedindo pra pararem com aquela gritaria, mas NINGUÉM me dava atenção! (O Mô diz que tudo foi coisa da minha cabeça, alucinação de anestesia, que não teve nadica daquilo, mas teve sim, acho que ele só quer é defender a família dele, hehehe!)

No dia seguinte, acordei com uma coceira inacreditável  no couro cabeludo, nos braços e nas pernas, reação à anestesia. Cheíssima de puns, o quarto entupido de visitas, nem podia me aliviar... Não tinha posição pra sentar, nem deitar, a enfermeira me arrancou da cama pra tomar banho, espremeu o bico do meu peito como se fosse um furúnculo “pro leite chegar” e eu desejei dar um soco nela, vejam como fui molestada!   Mais tarde eu já passeava de braço dado com o Mô pelo corredor, com uma pantufa enooorme, onde meus pés paquidérmicos entravam.

O Tariq, 4 anos depois, enrolou o pescoço no cordão umbilical, já estava muito crescidinho para “apenas” 36 semanas e passou a dar cabeçadas naquele osso lá de baixo. Tudo isso em 3 dias!! Por estes fortes motivos, somados ao fato de eu ser diabética, ter 38 aos e um “útero no mioma”,  ele, que nem a irmã, também teve de ser  içado mais cedo.  A cesárea foi marcada para dia 3 de janeiro, sob protestos de que “ele não poderia comemorar o aniversário na escola, com os amiguinhos, e toda a família estaria viajando, não dá pra esperar o ano letivo começar?”. Mais uma vez fui  ignorada pelo obstetra, e lá fomos nós de novo...

Desta vez não tive problemas com a pressão, só com a glicose, que disparou nas últimas semanas de gravidez. O remedinho da diabetes é teratogênico, isto é, dá má formação fetal, por isso não pude tomá-lo, tive de entrar na insulina, que não resolveu muito. Minha endocrinologista passou o parto me espetando os dedos, pra medir o açúcar. E meu fiel  escudeiro, Mô, estava lá, narrando os fatos por trás daquele lençol que tapa a cena toda, e me lembrando pra parar de falar, por causa dos puns ( mas não adiantou, foi tudo igual ). Tinha um anestesista muito grosso, burrão mesmo, que me dava foras todo o tempo. O Tariq nasceu meio azulzinho, custou a chorar e o Apgar deu baixo, não lembro o número, mas tem escrito nalgum lugar dessa casa. Aliás, meu filho nasceu azul e depois camaleou-se em vermelho, teve icterícia. Para evitar que eu voltasse pra casa sem ele, meu médico maravilhoso inventou lá uma ziquizira que me deixasse no hospital por mais 2 dias com meu neném!!! 

Esse obstetra me disse uma coisa que eu nunca mais esqueci: “Vocês ficam é  com a memória fraca depois  de parirem o 1º filho, ou não teriam o segundo!” Como é bom poder rir dessas coisas todas, agora que elas estão longe! Escrever sobre elas é uma catarse! Poder saborear o que ficou de bom, de terno, lembrar a sensação de alívio ao tocar meus filhotes após duas gestações complicadas, sob constantes ameaças  de perdas, e olhar pra eles aqui do meu lado, me vendo reconstruir essa parte da história deles... só quem é mãe pode aquilatar.

                                                   (Else Portilho, mãe doidinha da Talita e do Tariq)

sábado, 25 de junho de 2011

Bem-Vinda, Grande Miúda!!

Ela nem imaginara que a sua vinda  já era aguardada há tempos,  antes mesmo da concepção. A ideia do brinco, descartada após a primeira gestação, voltava  a florescer e me rodear. Outro sinal coloria a tela da minha esperança: um macacãozinho rosa que eu ganhara (por engano) de uma pessoa da família quando tive o primeiro filho  (Elucidando: pensavam que eu havia dado luz a um casal de gêmeos e por isso trouxeram dois presentes: um azul e outro rosa) e eu o guardara com carinho.  Eu já tinha, então,  o  primeiro presente  para  a princesa quando  esta  nascesse.
Dessa forma, estava eu em meados  de 1985: na cabeça  um pensamento efervescente,  a roupinha na mão e tecendo planos para dali a alguns meses. Pois é, embora o Danilo já estivesse com 1 ano  e me mantendo bem ativa com sua esperteza, graça  e bom desenvolvimento, um belo dia, uma outra sementinha muito esperta,  aproveitou um momento de distração e descontração  e “Zaaapp”, encaixou-se direitinho no útero e fez dali seu ninho por nove meses.
Não nego que fui pega de surpresa:  “Mas...tão já? O outro ainda tão pequenino! E  aqueles quilinhos a mais ainda estavam por aqui...”   Bem...isso são detalhes... Nesse evento , conhecido  puramente  como  nascimento,  não há intrusos e sim convidados. Se  veio é porque fora convocado  e há uma missão a cumprir. Então, mãos  a obra!!  Não demorei  nadica para absorver esse conceito, afinal ,  olha só o leque de possibilidades que surgiriam com essa nova chegada  aqui:  eu, finalmente,  poderia desfilar e exibir  o tão sonhado brinco numa orelha feminina;   teria uma cúmplice para duelar com Marcos e Danilo (“Agora eles  estão fritos, não vão ter chance alguma yessss !!”);   uma parceira para compartilhar  pentes, cremes, batons, roupas,  meias e calçados  (É divertido, hehe!!) ; uma companheirinha  para ler, filosofar, dar e ouvir conselhos, compartilhar os gostos musicais, ajeitar meus cabelos,  dar  palpites na culinária;  sem esquecer (Afff!)  uma ajudante nas tarefas domésticas ( kkk) e tantas outras coisas...
Assim, como da primeira vez, os nove meses seguiram seu ciclo bem tranqüilos e um tanto rápidos. Agora com 22 quilos  a mais, não encontrava uma posição confortável para dormir (Um sufoco!) e ficava imaginando que tamanho seria esse bebê.  Ao amanhecer  do dia 9 de março de 1986, acordei com a sincronia das contrações em  ritmo  acelerado  e  bem potente.  Sem dúvida,  chegara  o momento.
O paizão, igualmente  ansioso,  acompanhou-me até o hospital, por volta das 07:00 horas.  Assinou a internação e voltou para casa, certo de que teria uma  dia de espera (como da outra vez).    Eu que já não era mais  “marinheira de primeira viagem”,   pensava  que o processo iria ser o mesmo de  quando  tive o primeiro filho (Ou  seja: bolsa rompida seguida de corrida ao hospital, horas e horas no soro e nada do “preguiçoso” se manifestar. Foram quase 15 horas de expectativa para o Danilo decidir dar o ar da graça e acabar com a preocupação que nos consumia.)   
Esquece!!   Puro engano!!    Cada momento  desse é único e peculiar.
Mal  dei  entrada no hospital, fui para o quarto de espera. Havia lá outras mães : umas  gemendo, outras chorando...todas no mesmo barco,  só aguardando.  Aquele ambiente coletivo  não era nada encorajador,  pensei  com os meus botões.  Nem tive tempo de me influenciar com aqueles lamentos,  embora  eu também sofresse  do meu jeito, pois  as dores iam e vinham cada vez mais fortes,  mesmo assim  eu as conseguia suportar no silêncio. 
No meu interior, determinada e impaciente (desde já), a pequena decidiu dar  um basta naquele  suspense antes das 08:00 horas, nem esperou o pai chegar em  casa e cortou a frente de todos.  Foi a primeira a vir ao mundo daquele grupo de mães.
 E tem mais, reparem  nesse detalhe:  ela nasceu um dia após a comemoração do Dia Internacional da Mulher. Escolheu,  a dedo,  a data em que faria sua entrada triunfal nesse nosso mundo, marcando presença e sendo o presente ao mesmo tempo. Patrícia, minha pátria, um pedacinho  de mim, tão miúda e tão grandiosa!!
Como descrever uma situação tão mágica?  Esse 1º encontro, cara a cara, entre cria e criador? Um misto de ansiedade e aflição  com sabor de alegria e vitória, e,  sobretudo,  de agradecimento a Deus por permitir  mais uma integrante na família. A reivindicação fora concedida por Ele. Lágrimas já não conseguem segurar:  não caem, despencam e se misturam ao suor que envolve todo o resto do corpo,  já exausto pelo natural processo  que  um nascimento faz.
Nesse momento vem a confirmação de que, realmente, a vida é um milagre,  acontecendo todos os dias dentro cada  estrela humana que habita este mundo.
(Zizi  - mãe do Danilo e da Patrícia)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Graaaaaaaaaaaaaaaaças a Deus!!!


Bom, tive que mudar o título do meu post de última hora, pois seria o mesmo da  Mariuza. Então escolhi esse porque, assim como o "anormal", o "graças a Deus" também marcou o dia em que meu Cauã "bisculisco" nasceu. Passei a noite em claro contando no relógio o intervalo das minhas pseudocontrações. Sentia umas dores bobinhas e achava que já estava sentindo as tão faladas contrações. Primeiro de meia em meia hora, depois de uma em uma, novamente de meia em meia hora, de cinco em cinco, uma em uma de novo... E eu lá, bem mamãe de primeira viagem, jurando que já estava em trabalho de parto. Nada de borra vermelha na calcinha, nada de líquido no meio das pernas, só as pseudocontrações. E foi assim a noite toda. Como a dor era suportável (eu estava me achando a super mulher parideira!) eu não quis acordar ninguém pra me levar ao hospital. Mami, papi e meu digníssimo dormiram tranquilos aquela noite enquanto eu aguentava firme  a dor (mais tarde fui saber o que era dor!) do parto.

Pela manhã, as "contrações" já tinham parado e eu não sentia Cauã mexendo. Comentei com mainha e resolvemos partir para o hospital. Chegamos lá cedinho e não tinha médico para fazer o toque (particular do SUS é assim, gente!). Fiquei esperando o médico na maior expectativa, pois me falavam horrores do tal toque. O médico chegou, fez o toque e eu não senti nada de mais (ô cambada de mulher frouxa!Isso é dor?!). Meu mundo caiu quando ele disse que eu só estava com um dedo de dilatação e que era melhor ficar lá... no soro! Ai, Jesustomaconta! Pedi pra voltar pra casa, mas ele não deixou. Entrei na salinha às nove horas com aquela roupinha ordinária e de cara vejo uma mulher sentada, gritando e dizendo que não aguentava mais de dor, e a enfermeira beeem "particular do SUS" mandando ela sentar senão a filha iria cair no chão. Fui pra minha caminha e me colocaram na tal indução. Fiquei em pé, andando de um lado para o outro e bem caladinha, pois já haviam me alertado que enfermeira não gosta de mamães feias que gritam. E foi assim por mais ou menos duas horas, três horas, sei lá. Só sei que eu continuava me achando a super mulher parideira porque não via razão para as outras mamães (frouxas, frouxas!) que estavam lá comigo gritarem tanto. Até que... veio mais uma injeção no soro, contendo o líquido do terror  e aí, meu bem, eu realmente comecei a sentir dor. Comecei com uns gritinhos tímidos, quase inaudíveis, mais depois, "binha", eu urraaaaaaava de dor. Ficava em pé, sentava, deitava e a dor vinha lascando tudo. Depois a enfermeira veio novamente pra colocar mais injeção no soro. Eu olhei aquela cena e pensei "é hoje que morro de tanta dor! Quem vai ter outro é o @$#$$###"!!!!! Sentia dor, levantava. A dor ia embora, sentava. Sentia dor, esticava as pernas (não sei como não tive cãibras). A dor ia embora e eu não queria que ela voltasse nunca mais, nunca mais. Mas ela voltava e voltava com força total. Eu berraaaaaaava e as enfermeiras perguntavam quem era a histérica (mamãe feia, muito feia!) e  foi assim até que o médico fez o toque e disse que já estava na hora. Fui correndo pra sala de parto e já fui deitando na cama e abrindo as pernas. O médico pediu, dando risada, pra esperar  e ficou lá demorando uma eternidade até que me permitiu abrir as pernas de novo. Mandou fazer força e eu, no auge do meu desespero, fiz uma força só e Cauã nasceu, às 16:55.

Dei um grito "graaaaaaaaaaças a Deus" e médico e enfermeiras me olharam espantados. A enfermeira colocou meu filhinho em cima do meu peito, todo sujinho de sangue e fiquei cheirando a cria por um bom tempo. O médico conversava comigo, mas eu só fazia cheirar meu filhote. Chorei de emoção e de alívio. De emoção por ter visto o rostinho do meu filhote, coisa mais linda!De alívio por... bem, vocês imaginam!No outro dia já estava em casa, amamentando  e cheirando meu filhote de 50 cm e 3,440g, graças a Deus!
Dani Lino, mamãe (histérica) de Cauã

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Quando a maternidade tornou-se palpável...

Não resisti ao tema e eis aqui minha participação especial:

O grande amor de minha vida, a minha Maria Júlia, nasceu no dia 07/11/07. Lembro-me como se fosse hoje... Três dias antes do parto eu voltei a enjoar e vomitar como no início da gravidez. Um dia antes do parto eu comentei com meu obstetra sobre isso e ele não deu muita bola. Daí chegou o grande dia: exigi café na cama e me senti lindíssima no meu corpo barrigudo. Seria uma cesárea e o meu jejum começou às 12 h. Nenhuma ansiedade, nervosismo ou estresse. Eu parecia um anjo de candura.

Às 16 h fui para o hospital e, sentada na recepção, aguardando pacientemente a minha vez, comecei a enjoar... Chamei minha irmã Sarah para ir ao banheiro comigo (coisa tipicamente feminina) e mal entrei lá, comecei a vomitar, vomitar, vomitar e vomitar muiiiiiiiito. Tive que sentar no chão de tanta fraqueza e depois acabei deitando no chão totalmente estranha - eu não conseguia mais reagir, só ouvia os sons - e minha irmã saiu feito doida para pedir ajuda. Em pouco tempo, o minúsculo banheiro encheu-se de gente: marido, enfermeiro, irmã, amiga. O meu marido magrinho como é, tornou-se um Superman e me carregou no colo com uma facilidade incrível e muito máscula (no alto do meu mal-estar, eu juro que cheguei a pensar em sacanagem, pois ele ficou muito sexy como meu herói kkkkkk).

Levaram-me correndo para o quarto (depois de eu ter vomitado no corredor, elevador e sei lá mais onde) e depois para a sala de cirurgia. Passado pouco tempo, ouvi um chorinho tão gostoso de neném e era ela, a minha princesinha tão linda (e já nervosinha)!

Só fui vê-la direito no outro dia, pois como não podia me mexer, só fiquei sentindo aquela coisinha, que mais parecia uma cenourinha com aquela roupinha laranja, mamando muito em mim a noite toda (sim, pois ao contrário do que dizem, meu leite começou a sair em jato assim que ela abocanhou meu peito, mais ou menos uma hora após o parto e continuou em abundância durante dois anos completos).

Quase não me lembro mais da minha vida de antes, pois Maria me completa e enche todos os meus espaços de amor e alegria. Como é bom! 

(Débora Patrícia Corrêa Scafura - mãe da princesa Maju)

Parto "anormal"

Costumo dizer que não existe parto normal, não tem nada de "normal". Pelo menos para mim não foi. O parto do meu primeiro filho entre muitas dores e um "fervo" total no hospital, por parte de meu amigos que tinham apostado sobre o sexo do bebê, já que eu não quis saber antecipado o sexo dos meus filhos, ainda teve um probleminha de cidade do interior. O médico era candidato a prefeito e não se afastou do cargo. Então bem no dia em que senti mal, ele estava em um vilarejo fazendo campanha. Pense na situação! E o pior ainda não contei... dentro do hospital um monte de amigos esperando para saber o sexo, falando alto, entrando e saindo do quarto em que eu esperava o médico, o louco do ex-marido tirando foto sem parar da minha dor e fora do hospital, o meu ex- sogro (agora já falecido), completamente embriagado soltava foguetes para comemorar a chegada do neto. Folclore total. Depois de muitas e muitas horas de dor...já na madrugada o Lucas nasceu com uma cara de tão bravo que dava até medo de olhar pra ele (igualzinho ele faz hoje quando está de mal de mim...rs). Depois descobrimos o porquê. Ele nascera com o ombro deslocado e tinha muita dor. Na segunda gravidez, depois do "mico" total, fui fazer o pré-natal e tive o Felipe em outra cidade (180 km de distância). Pudera, não é?! Então tive uma experiência mais tranquila. Cheguei com muita dor e uma "santa" de uma enfermeira, começou a acariciar a minha barriga e conversar com o bebê dizendo: "Você já está prontinho, não faz a mamãe sofrer, pode vir...".  Foi muito emocionante, pouco tempo depois, chegava o Felipe com uma carinha se sol para aquecer nosso coração. Apesar de não sofrer tannnnto como da primeira vez, continuo a insistir: não pode ser NORMAL. (risos)

(Mariuza Freire)

08:41 - Hora do parto!!!


A chegada de Miguel estava prevista lá para o dia 27 de agosto, mas, com a pré-eclâmpsia, eu estava cada dia mais ansiosa e preocupada. Na última consulta, no dia 11 de agosto, eu estava com 38 semanas, e minha obstetra pediu que eu voltasse lá no dia 17 para ela me dar o toque e ver se podia de repente fazer a cesárea naquele mesmo dia ou no dia seguinte. Comentei com ela que eu estava receosa com a mudança da lua, prevista para o dia 13 para 14, pois já tinha pesquisado sobre isso e tal. Ela riu de mim, me tranquilizou e me garantiu que ele não nasceria antes do dia 17. Brincou, ainda, dizendo que eu poderia até viajar, já que seria feriado. Fui dar um beijinho de aniversário na sobrinha de Jeter, Carol, e de repente Jeter comenta que eu estava muito inchada. Inchei do nada, instantaneamente, e comecei a sentir um cansaço danado. Além disso, senti a maior vontade de comer bombom da caixinha azul. Vim embora devorando uma caixa, feliz da vida!

Cheguei em casa, tirei umas fotos semi-nua brincando que aquelas seriam as últimas fotos com o barrigão (e realmente foram!!!), e fui tomar banho para lanchar. Foi no banho que descobri o sinal de que Miguel já queria vir ao mundo, obedecendo ao meu desejo de que ELE escolhesse o seu dia e não eu, ou o pai, ou a médica. Lá estava o tal do borrão de sangue, um dos sinais de parto. Chamei calmamente mamãe e Jeter, que ficou suuuuuper nervoso e começou a chorar. Eu, por milagre, não senti nenhuma dor e nenhum nervosismo. Só muita, mas muita ansiedade!

Jeter ligou para a irmã dele, para a minha irmã... e, por último, para a minha obstetra! Passou o telefone pra mim, que estava (pasmem!) mais calma, e foi então que ela falou para eu tomar um Buscopan e tentar dormir, para ir à clínica no outro dia, cedinho, caso não sentisse dor de madrugada, pois aí ela faria o meu parto imediatamente. Nem consegui fechar os olhos! Fui ficando aflita, porque Miguel parou de mexer. Não respondia nem aos chamamentos do pai. Só mesmo com o dia amanhecendo que o sapeca do menino foi se mexer, mas aí já estava praticamente na hora de eu ir para a maternidade, conforme o combinado.

Conferi a bolsa, pela milésima vez, tudo direitinho, e lá fomos nós! Chegando lá, fiquei super triste com o fato de não permitirem que o pai assistisse ao parto, pois senti que ele muito desejava isso, mas a minha vontade de ver meu filho era tããããão grande que nem barraco eu quis fazer por causa disso! (risos) Mudei de roupa e fui levada para o centro cirúrgico. Jeter estava suuuper nervoso, chorando, perambulando pelos corredores. Lembro-me como se fosse hoje! Tomei a anestesia e logo depois vomitei toda a água que bebi para tapear a fome que senti de madrugada. Foi tudo tão rápido e tão intenso!

Às 08:41 conheci pessoalmente meu amor e meu bem mais precioso: um menininho de 50 centímetros, um pouco mais de três quilos, rosadíssimo, que parecia um tijolinho! Ouvi o seu choro e, ainda bem baratinada, posei ao seu lado para a nossa primeira foto juntos! Eu tinha absoluta certeza de que aquela sexta-feira, dia 14 de agosto de 2009, mudaria profundamente a minha vida e me transformaria em outra pessoa! Naquele instante T-U-D-O na vida passou magicamente a fazer um puuuuuta sentido e eu sabia que não estaria mais sozinha, nunca mais!!! Graças a Deus!!!

(Andreia Dequinha - a mãe apaixonada do Miguel)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

E chega a hora...

Minhas postagens sempre se dividem, afinal são dois momentos distintos. Mas a emoção da chegada não, a mesma ansiedade e todo o resto foi igual.

Madrugada do dia 14 de agosto de 1998, dores, corrida para achar alguém com carro para me levar ao hospital. Mais dores... exame... internação... e... às cinco horas da tarde, depois de achar que meu corpo todo estava se abrindo, ela decidiu que era o momento de conhecer o mundo.

Manhã do dia 15 de junho de 2004, nada de dores, nada de corrida... só internação e às oito horas da manhã, ele saiu para também conhecer o mundo.

Dois partos tão diferentes!! E tão paradoxalmente iguais!

Não tem como descrever com palavras a emoção de ver seu bebê pela primeira vez -Todas que escrevem aqui sabem o que estou falando-, é uma mistura de sensações tão intensas quanto perturbadoras. Medo, insegurança, felicidade, nervosismo, ternura... e, acima de tudo, um amor inexplicável. Acho que só Gonçalves Dias - sem saber- foi capaz de traduzir esse amor:

"Se se morre de amor...
... E desse amor se morre..."

E é assim que sinto meu amor pelos meus filhos.


(Carmem Lúcia - mãe da Bia e do Lipe)

Bolo, torta e bebê!


Calma, vocês não se enganaram - esta minha postagem é sobre meu parto. Já chego lá.

Esperava que minha filha nascesse no dia 11/11 (uma data tão bonitinha), mas numa consulta a médica disse que a placenta já estava atingindo o último nível e que a bebê ficaria sem alimentação. Assim, resolvemos marcar a cesárea.

 Era final de outubro, pertinho do feriado de Finados. Já que eu possuía direito de escolha, preferi o dia 03 ao 02. Não sei se sou supersticiosa, mas pensei mais nas festinhas de aniversário - num feriado, ninguém iria! (risos)

Aproveitei meus últimos momentos de comilança e me acabei numa pizza e no chocolate. O bom de ser grávida é abusar e jogar a culpa na gestação!!! Mas, tudo que é bem dura pouco, e logo comecei meu jejum. (guarde esta informação, pois será útil no final do post).

Acordamos muito cedo e fomos para o hospital às 4 horas da madrugada. Jejum total... (continue se lembrando)

Lá chegando, preenchemos os papéis, vimos o quarto e me prepararam para a cirurgia.

Tudo foi supertranquilo. Não sei se tive sorte, pois não foi nada do que muitas pessoas me falavam. A anestesia, o momento do nascimento, o pai babão - tudo perfeito.

Acabada a cirurgia me levaram para a sala de recuperação - aí sim foi terrível. Explico: após 14 horas de jejum, sem ver a bebê, eu só pensava em comida e na minha filha, Ah! E tentava mexer minhas pernas a todo custo. Culpa da enfermeira que me disse que assim que eu movimentasse minhas pernas poderia ir para quarto reencontrar minha bebê.

Então, era assim: mexe perna - Mariana - bolo de chocolate - perna - bebê - torta de chocolate... Meus pensamentos viajavam e se misturavam... Acho que eu estava ainda grogue.

Enfim, consegui mexer minhas pernas... e me levaram para o quarto. Tomei algo líquido, que nada se parecia com o bolo de chocolate maravilhoso. Além disso, ainda não conseguia ver minha filha.

Algum tempo depois, houve o momento da alimentação - da minha filha. O momento mais mágico que já vivi. Nem me lembrei que estava com vontade de bolo de chocolate. Tudo parou naquele instante para vê-la.

Ah! E quem ficou curioso sobre o bolo de chocolate: só fui prová-lo mesmo quando minha filha tinha 6 meses...
(Por Nina Marinho, mãe da Mariana)

terça-feira, 21 de junho de 2011

A muda que fala!

Esta experiência, além de ser maravilhosa, foi muuuito engraçada, por isto tinha que contar. Nem tudo são só emoções ! rsrs. Fui para a maternidade toda serelepe, pois estava marcadíssimo. Ia fazer uma cesárea, a médica falou que Pedro nasceria aquela semana, então escolhi a data 8 de dezembro, por ser dia de Nossa Senhora da Conceição. Não me julguem, não queria normal, não queria nem saber o que era isto.

Perguntei a algumas mães como foi o parto e todas disseram que o problema da cesárea era falar. Eu deveria ficar calada, falar o menos possível, pois o que dava dor eram os gases de tanto falar. Fui então para a maternidade e, chegando lá, a recepcionista começou a me fazer perguntas, eu MUDA apontei para meu marido e sinalizei para ele responder.

Depois fui para o quarto com a enfermeira para ela ver se eu havia feito a raspagem direitinho. Nisto que ela está abaixada eu falo: - Já está tudo certo! Genteeeee, ela levantou, olhou para mim, caiu na risada e disse:  "- Você fala!".  Eu respondi que, claro, falava. rsrs. Então ela disse que todos no hospital estavam pensando que eu era muda e estavam até com peninha de mim. Fiquei conhecida como a MUDA QUE FALA. Ainda falou que eu não precisava ser tão radical, que o problema era falar durante a operação, depois e não antes. Só sei uma coisa, não senti dor nenhuma, acho que ser muda foi bom! rsrsrs
(Cris Happy -  mãe do Pedro)

Inesperado e inexplicável

Naquela manhã de terça-feira tudo aconteceu como o previsto. Acordei às 5h da manhã e às 6h já estava dentro do ônibus indo pro meu trabalho, numa cidade vizinha. Só tinha duas aulas naquele dia, então, foi muito tranquilo. E assim foi todo o restante do dia...tranquilo.
Acontece que quando começou a anoitecer, percebi algo estranho em mim, uma dorzinha me incomodava e como no dia anterior eu havia estado no consultório da minha médica, achei um pouco estranho. Estava com 33 semanas de gestação. Liguei para ela e fui até o consultório, mesmo no adiantado da hora. Chegando lá, fiquei esperando minha vez quando, de repente, começaram as contrações e eu senti muita, muita dor.  Quando ela me viu e fez os exames, se assustou e me disse: “Vamos correr pro hospital que você está em trabalho de parto”.
Foi um misto de alegria e preocupação que não sei explicar. Eu sabia que não era hora ainda, mas ao mesmo tempo, estava louca pra ver a carinha do meu filhote logo. Minha médica tentou segurar o quanto pode e durante a noite, só não tive mais contrações por conta do soro, mas no outro dia, não teve jeito. Era mais ou menos meio-dia quando as contrações vieram sem dó. Eu achava coisa de novela ter que morder uma toalhinha, um pano por causa da dor, mas foi exatamente assim que me vi, antes da anestesia.
O Henrique nasceu de parto normal, no dia 01/06/05 e foi direto pro CTI. A primeira vez que vi meu filho foi depois de algumas horas, na incubadora, respirando com ajuda de aparelhos, usando sonda para se alimentar (eram 3ml de leite, apenas), com os olhinhos enfaixados e pesando 1.900 kg. Não pude tocar e nem sentir o cheirinho dele durante dias...e nem amamentar.
E hoje, depois de seis anos, ninguém conseguiu nos explicar o que aconteceu, mas nós sabemos o quanto esse parto prematuro mudou nossas vidas. Por conta dele, o Henrique nasceu com PC (paralisia cerebral) que afetou a parte motora dele. Ele tem o que os médicos chamam de displegia espástica e lutamos, TODOS OS DIAS, pra ver nosso menininho andar, quiçá correr por aí. Um dia, quem sabe, né?
O importante é que toda vez que a esperança foge da gente, a gente corre atrás dela!


(Por Simone Maróstica, mãe do Henrique)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O nascimento de minha luz

Parece que minhas histórias são sempre tristes, trágicas até. Passei nove meses, calada, sufocada, esperando minha filha chegar ao mundo, ao meu pequeno mundo. Tenho um amigo-irmão, um anjo chamado Domingos, que me acompanha pelos caminhos da vida, desde sempre. Eu só compartilhava minha dor com esse amigo. Foi ele quem me acompanhou ao hospital. Sofri dores intensas por três longos dias. Comecei a sentir as primeiras contrações no sábado e minha menina só chegou numa terça-feira de manhã. E lá estava meu fiel escudeiro, de câmera em punho, registrando tudo.

O médico, velho conhecido nosso, perguntou o que ele fazia ali, resposta imediata: “Sou o pai”. Cidade pequena, pouco mais de oito mil habitantes, todo mundo conhece todo mundo. Ao que o médico respondeu; “Pai nada, mas pode ficar.” E ele não arredou pé, ficou ali até a hora do parto, uma cesariana, necessária, pois não se podia esperar mais. Ela chegou e deu luz à minha vida, foi o nascimento da luz de minha vida. Eu havia dito antes que ela não tem um pai, tem sim: Domingos, que ela chama apenas de Mingo, o pai que nasceu junto com ela, na hora do parto. Quando questionada a respeito do pai, ela diz: “Quem tem um Mingo na vida, precisa de um pai para quê?”.
(Irene Sena)

Sâmia, minha broa!


A minha mocinha veio ao mundo em um dia vinte e seis de fevereiro, sem que eu soubesse que era uma menina. E eu nem tinha um nome para lhe dar. Intimamente guardava, sufocada, muitos nomes, mas devido a minha condição de mãe só, não ousava verbalizar um nome ou nomes. E ela chegou: linda, carinha redonda, gostosa, rosada, mas sem nome, era só minha broa...

Foi então que meu irmão (que morava em outra cidade) ligou-me e pediu que nós o esperássemos para dar um nome à pequenina. Ele queria ver a “carinha de broa” antes de lhe darmos um nome. E assim se passaram quinze dias, nesse período era só minha broa. Meu irmão, depois da morte de nosso pai, foi nosso esteio, nossa força nas horas difíceis. Era o homem da casa. E nós esperamos. Ele sempre conviveu com árabes e escolheu para ela um nome árabe: Sâmia. Era um nome estranho, pouco conhecido, todos estranharam, mas eu gostei. SÂMIA, cujo significado é OUSADIA, ESPÍRITO COMPETITIVO, INDEPENDÊNCIA, FORÇA DE VONTADE, ORIGINALIDADE (quem a conhece sabe que é ela é tudo isso e muito mais).

Quando meu irmão partiu para a celebração do banquete da vida eterna, ela tinha apenas cinco anos e do alto de sua determinação de menina quase mocinha, ela se fechou e recusava-se a aceitar aquele nome estranho e questionava só comigo o porquê de um nome tão exótico. Eu lhe dizia que Tio Wilton escolhera o nome dela, então ela se calava, pois depois da morte do tio, ela se recusava o dizer o nome dele. E eu sabia que minha broa sofria com isso. Chegou, porém, o dia da aceitação do nome. No dia em que ela foi prestar vestibular, ligou-me da porta da sala onde faria a prova e disse-me, às gargalhadas: “Mãe, Sâmia é nome de gente, na sala tem eu e mais umas vinte. ELE escolheu um nome lindo para mim.” Nessa hora, eu chorei e ri de alegria e sei que meu irmão, o padrinho dela, também ria, satisfeito pela alegria dela, pela aceitação do nome que ele escolhera, pois o sinto perto de nós, sempre, para sempre...
(Irene Sena)

Ser grávida é...

... ler 50 vezes o resultado positivo do teste para ter certeza que está correto.
... ficar chocada ao saber que uma gestação dura 40 semanas e não nove meses como se diz por aí.
... imaginar, horas a fio, como serão os olhos, os cabelos e a pele do filho que vai chegar. ...
... torcer, e muito, para que ele nasça perfeitinho.
... nunca mais dizer "ai, se fosse meu filho!" quando encontrar uma criança com acessos de birra no corredor de um supermercado
... sair à rua e só ver mulheres grávidas.
... ter sono, muito sono.
... esperar ansiosamente pelo dia do ultrassom, e assim que sair de lá, esperar ansiosamente pelo próximo!
... aprender a ver o filho nas manchas do ultrassom.
... ler muito sobre gravidez, saltar o capitulo do parto (pois ainda é muito cedo para se preocupar) e ir direto para os cuidados com o bebê.
... ir às compras e desejar apenas coisinhas para o bebê.
... torcer para ficar barriguda.
... ficar muito esquisita e descobrir uma incrível capacidade de sentir todas as emoções numa hora, da alegria descontrolada ao mau humor sem fim.
... acordar várias vezes de madrugada para fazer xixi.
... reparar que seu marido fica muito mais interessante como pai do seu filho e perceber que foi o único homem capaz de te presentear com tamanha alegria.
... rir sozinha ao sentir o bebê mexer, mesmo que ele te acorde várias vezes durante a noite, porque não está numa posição confortável para ele. 

(Texto retirado da Internet - Autor desconhecido)

domingo, 19 de junho de 2011

E os vencedores são Talita e Tariq!!!

Caramba,  gente, nossa escolha de nomes foi a mais boba possível, muito prática, sem graaaça de tudo... Mas rendeu uma história muito gostosa de contar!!

Na primeira gravidez,  fiz uma lista enorme, com nomes masculinos,  e  uma bem curtinha,  com femininos. Decidimos que eu escolheria o do menino, já que eu tinha taaanta certeza de que seria, né,  e o Mô teria esse poder, no caso ( improvável! ) de ser menina.  Fomos eliminando da tal lista aqueles pelos quais tínhamos alguma aversão ( eu tinha antipatia por  muuuitos, devido a recorrentes episódios traumáticos com alunos detentores de determinados nomes, como Marcelo, Alexandre, Bruno e outros) e chegamos a  4 semifinalistas: Renan, Tarik, Talita e Tatiana.

Quando a ultra revelou a menininha, o Mô se decidiu por Talita por significar menina em aramaico (eu preferia Tatiana , só pra chamar de Tati...). Passei o resto da gravidez chateando o Mô, dizendo que parecia nome de japonês, que parecia Talita Mitsubishi , bobeirinhas desse tipo, he he he!!  Quando ela nasceu, achamos que tinha mesmo carinha de Talita, delicada, macia, suave como o nome!! Minha companheira nos bons e nos maus momentos!!!

Na 2ª gravidez eu nem cogitei de ser menina, nem tínhamos nomes pra ela! Ou melhor, achávamos lindo Tainá ,que em Tupi quer dizer primeira estrela da manhã .Quando adolescente, eu lia a coluna do Tarik de Souza, no Jornal do Brasil, e achava lindo esse nome!! Vivia dizendo que quando tivesse um filho, chamaria de Tarik. 

Mas ninguém aqui de casa curtiu não... Meu pai dizia que o nome parecia uma  chicotada, o Mô e minha irmã achavam que era nome de cachorro, minha sogra só se lembrava daquele jingle da Varig e ficava cantando “Tarik, Tarik, Tarik”. Eu ficava desesperada, com raiva daquele povo desnaturado, que esculhambava com o nome que era “o meu sonho de filho”, maculava aquela lindeza harmoniosa de letrinhas!  Meu pai inclusive tentou me dissuadir com o argumento de que, com esse nome árabe meu filho não poderia entrar um dia nos E.U.A. (em 11 de setembro eu estava grávida dele). Só que nem eu nem o Mô nunca quisemos coisa alguma com os Estados Unidos e o significado não podia ser mais lindo: primeira estrela da manhã! O mesmo de Tainá!! E ele é mesmo uma criança iluminada, que mudou muito as nossas vidas, não por acaso...

Aliás, coisa estranha isso, eu sempre gostei de nomes com um barulhinho, um tlec  no fim: Tarik, Eric, Deriq e Patrick estavam na primeira listinha. Infelizmente não pude usar todos, o útero pulou fora antes...

E então ficou sendo Tariq, porque lembrei que quando pequena, tinha a maior dificuldade pra fazer a letra  K  cursiva, era um monte de voltinhas que me deixavam impaciente, e não queria que meu filho passasse pela mesma tortura, principalmente na alfabetização e a cada vez que escrevesse seu próprio nome em testes e provas. He he he, neurose de professora!

Hoje ela tem 13, ele tem 9 e acabaram de me afirmar, nesse momento exato em que escrevo, que adoram seus nomes e que na escola deles ninguém mais tem! São os únicos!
(Else Portilho)

sábado, 18 de junho de 2011

Minha sogra não queria!

Mas ainda bem que a escolha foi do meu marido. Foi tudo muito engraçado, porque eu não sabia que nome colocar no meu filho. Antes, quando ele estava na minha barriga, era chamado de Bartolomeu pelo meu marido, mas só de brincadeirinha! Só que  quando nasceu, durante uns 20 dias, não sabíamos que  nome colocar, não conseguia imaginar um nome para ele. Até que meu marido disse: põe Mateus! Eu fiquei meio sem querer, pois nunca imaginei na minha vida ser mãe de um Mateus e, ainda por cima, minha sogra disse que não gostava desse nome, porque era o  nome de um antigo vizinho dela que só vivia bêbado e todo mundo o chamava de Mateusinho, então o nosso Mateus, segundo ela,  ia ser chamado assim também.
Eu disse então para o meu marido que não daria certo colocar Mateus  porque minha sogra não gostou, mas ele decidiu e ficou Mateus, que quer dizer: "dádiva de Deus", aí acabei gostando e o mais engraçado é que ninguém nunca o chamou de Mateusinho.
Depois veio o Elias Junior, aí esse eu escolhi: quis que tivesse o mesmo nome do pai, então por esse motivo ele é o “Junior” e o nome significa "Jeová é o meu Deus".
        Maria José (mãe de Mateus - 15 anos e Elias Junior - 13 anos)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Linda contribuição da Mariuza...



Cria

Crescendo foi ganhando espaço
Pulou do meu braço
Nasceu outro dia e já quer ir pro chão
Já fala mãe, já fala pai
Já não suja na cama
Não quer mais chupeta
Já come feijão
E posso até ver os meus traços nos primeiros passos
Tropeça e seguro e não deixo cair
Se cai, levanta, continua
A porta da rua fechada
Criança não deixo sair
Da linha, da linha
Reflexo no espelho leva à emoção
A lágrima ameaça do olho cair
Semente fecundou
Já começa a existir
É cria, criatura e criador
Cuida de quem me cuidou
Pega na minha mão e guia

(Maria Rita)

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Será que o nome gruda na gente?!?

Logo nos primeiros meses de gravidez já escolhi os nomes dos meus filhos. Assim sem muito consultar, sem buscar significados. Exceto pelo fato que gostaria que fossem nomes bíblicos. Lucas e Felipe (o segundo com uma pequena alteração, já que na bíblia é Filipe). Depois de muitos anos, com eles já crescidos, busquei a significação dos nomes e qual não foi a minha surpresa ao descobrir que tinha muito a ver com eles.

O meu Lucas é pura luz... “o nome Lucas significa luminoso radiante Não é adepto a pertencer a grupos. Gosta mesmo de uma cada coisa a seu tempo, quando sai com alguém (especialmente paqueras), não quer saber de mais ninguém por perto. É assim que sente-se totalmente à vontade, conseguindo até tirar de letra qualquer desentendimento que venha surgir. Uma coisa que o deixa muito nervoso é ter que tomar uma decisão. Julga isso muito difícil, e para fugir de tomá-las torna-se teimoso, preguiçoso ou mesmo desligado, tudo não passa de fuga”. Essa definição é idêntica ao meu primogênito.

O meu bebê,  Felipe, digo sempre que deveria se chamar Francisco em homenagem ao santo que protegia os animais, pois é capaz de ficar horas protegendo uma formiga ou uma joaninha para ninguém machucá-las. “Felipe significa: o que gosta de cavalos. Romântico e com muito amor para dar, é uma pessoa divertida, que quer  que todos gostem dele, e por isso não economiza no seu jeito gentil e simpático. Gosta de ser o centro das atenções e busca apenas o melhor da vida. Sensibiliza-se sempre ao ver uma criança”.
Será que o nome gruda na gente?!? (risos)
Mariuza Freire, mãe do Lucas (15 anos) e do Felipe (13 anos)