sábado, 29 de outubro de 2011

Só inquietações maternas


 “Você é fumante?” 
Algumas vezes ouvi essa pergunta e não me incomodei tanto. Sei que as pessoas são curiosas mesmo e adoram estar “atualizadas” com os assuntos alheios. Elas nunca me viram fumar e jamais veriam, é lógico! Quem sabe, me perguntavam isso porque o dono da pensão parecia mais uma maria-fumaça em  constante atividade e eu, sempre circulando por perto, acabava fumando por tabela. Nunca fumei,  nem pretendo, isso faz parte da minha formação, meus pais nunca fumaram,  minhas irmãs muito menos.
Entretanto, essa pergunta me deixou realmente intrigada por duas vezes: quando tive meus dois filhos. Ao nascerem,  o peso deles era abaixo do que eu estava acostumada a ver na família. O Danilo pesou 2, 500 Kg; a Patrícia 2,300 Kg e ambos com 46 cm   (Os 22 quilos que eu engordara na gravidez  não migraram;  continuaram me fazendo companhia... Afff!)
Olhava para aquelas coisinhas miúdas e perdidas dentro da roupinha. Por que eles eram tão enrugadinhos, pelancudos, Chorões, embora lindinhos? Seriam frágeis demais, doentes, desnutridos? Será que eu saberia cuidar direito em casa? Sobreviveriam? Atordoada, saí do hospital com essas erupções mentais. Minha ida ao pediatra seria muito em breve, com certeza!
 E, realmente, não demorou nada. Com medo de ser tarde demais, fui à procura de um pediatra que me  orientasse melhor, pois parentes e amigos cheios de boas intenções,  não economizavam palpites e sugestões das mais diversas e absurdas possíveis como: substituir o leite do peito (que julgavam fraco) por mingau de maizena ou  comida, dar leite de saquinho, iogurtes, leite de cabra, leite condensado, etc.
Inexperiente sim, burra não!  Eu não obedecia  quase nada das “dicas milagrosas”. Continuei amamentando, e com o tempo ia acrescentando à alimentação deles leite em pó (para recém-nascido), chás, maçãs raspadas, bananas amassadas, suco de laranja, sopinha de legumes.
O pediatra ouviu as minhas inseguras inquietações a respeito do peso deles.  Pedi que receitasse uma vitamina, ele recusou completamente e ainda questionou-me:  “Para quê”?.  Disse que gordura não era sinônimo de saúde para ninguém e que eu deveria alimentá-los só com o meu leite natural; que não existia leite materno fraco. O fato de eles terem nascido com pouco peso e tamanho não era preocupante, uma vez que aumento de peso é mais significativo após o nascimento e não antes. Concluindo: não havia motivos para preocupações.  A  criança  era saudável, o que eu queria mais?  Fiquei mais aliviada depois  disso. Percebi que estava no caminho certo. Eu não era uma mãe relapsa. Apenas uma  aprendiz  com muita vontade de acertar logo de primeira. Os anos posteriores se encarregaram de me provar que eu me saí bem; hoje não me canso de apreciá-los, são lindos, saudáveis, inteligentes...
Meu desatento baú de guardados denominado memória possui algumas brechas: não me recordo dos rostos,  nem dos nomes dos médicos que passei meus filhos, mas suas palavras ficaram cristalizadas.  Elas estão aqui fresquinhas sendo recontadas hoje e, quem sabe, consigam tranquilizar algum coração aflito de mãe, perdido em algum lugar deste nosso imenso mundo pequenino...

                                        Zizi Cassemiro, mãe inquieta do Danilo e da Patrícia

7 comentários:

  1. Zizi,
    eu vivi essa situação de peso quando era criança. Eu sempre fui magrinha e todo mundo vivia achando que isso não era legal. Minha mãe tb confiou na pediatra que dizia que o que eu comia era saudável e suficiente para mim. Dou graças a Deus por isso ter sido assim, pois nunca fui muito fã de comer mesmo, mas minha mãe foi bem orientada e não transformou as refeições em luta!!!! kkkkk
    Bjs

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  2. Zizi, uma das coisas que mais me irritavam quando o Henrique nasceu eram os palpites!! Ahhhhhhh, eu ficava doida de raiva e não seguia nenhum também, fazia do meu jeito...rs
    O Henrique nasceu com 1,900 kg e no começo isso também me preocupou um pouquinho ainda mais quando baixou pra 1,700 kg. O pediatra dele disse que ele precisaria chegar aos 2,000 kg pra ter alta, então pra mim, quando ele atingiu esse peso, estava ótimo!!! Achei ele super saudável...kkkk
    Adorei seu texto e queria te perguntar: quando você irá nos mostrar o Danilo e a Patrícia, hein? rs

    Beijo grande!!

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  3. Zizi,
    Que lindo texto! Quando olhei pensei: chiiiii.. tá grnade demais pra eu ler, e eu tenho que ir fazer o almoço... mas me pegeui começando a lê-lo e sinceramente, queria que tivesse ainda mais coisas para eu ler. rsrsrs
    Você me fez lembrar meus "meninos" quando criança que eu os levava ao pediatra e dizia que eles era magrinhos e eu queria que eles ficassem gordinhos comos o Joãozinho da história de João e Maria.
    O pediatra, que também é magrinho então virou-se para mim e perguntou: entao eu tenho cara de quem não é saudável e vou ter que pedir à minha mãe pra me engordar??
    Comecei a rir e não mais questionei isso. Hoje eles agradecem por serem como são e odiariam ter que lutar contra a balança.
    Amei seu texto de verdade!

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  4. Nina, que bom que mais pessoas viveram situações semelhantes. É um sufoco, não é? Eu fui pressionada pelas pessoas pois achavam que meus filhos deveriam ser gordinhos (como eu que sou cheinha rss)mas nunca foram. O Danilo é bem alto, mas conserva sua elegância; a Patrícia é mais ou menos da minha altura (1,60 cm), mas tb elegante.
    Ambos saíram ao pai que até hoje conserva a elegância: o terno do casamento ainda serve para ele, acredita? São 29 anos...ufaaa!!
    Obg. Bjoss

    Simone, eu pretendo sim um dia expor a foto dos meus dois lindinhos. Na verdade hoje eu fiquei um tempão procurando uma foto em que apareciam eu junto com eles. Estava com pressa e perdi a paciência em procurar.Mudei então para outra imagem.Quando encontrar aquela foto ( ou outra, de acordo com o tema do post) eu dou um jeito de incluí-la em outros posts. Obr. Bjoss

    Vânia, pode parecer que não, mas eu tb tenho essa preocupação com o tamanho. A questão é que nem sempre consigo concluir minha ideia em poucas palavras. Daí, nasce uma outra preocupação: o de não tornar o texto cansativo. Já que ficou grande, ele tem que ser interessante. Esse é o maior desafio que eu enfrento em cada post. Eu me esforço para isso, enquanto eu não aprovar o escrito, eu escrevo, apago, reescrevo. Dá um trabalho danado e uso horas e horas, não dou moleza para a Zizi (rss). Afinal, todas as outras mães são excelentes, suas criações me encantam e eu não posso deixar cair a peteca:))

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  5. Zizi, que lindo o seu relato, cheio de preocupação de mãe, o que é muito normal, mas ainda bem que que foi só preocupação mesmo e você superou tudo!

    "Grandes coisas fez o SENHOR por nós, pelas quais estamos alegres."
    Salmos 126:3

    Bjos

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  6. Zizi,
    Já disse que você tem o mesmo apelido de minha mãe,rs?
    É muito bom quando descobrimos que não somos mães relapsas e que nossas preocupações, muitas vezes, são preocupações bobas!Ainda bem que existem os pediatras, ufa!

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  7. Maria, mãe sofre com tanta preocupação!! Queremos ir além. Achamos que tudo é culpa nossa...xiiii!!Obrigada pelos comentários carinhosos e sempre com uma palavra divina:))

    Dani, que bom saber que tem mais ZIZIs circulando por aí!! E olha que é raro!! Eu gosto tanto desse nomezinho!! Já me disseram que conhecem Zizi homem....Afffff! Não gostei!! para mim Zizi é nome/apelido de mulher. Mas isso não é o pior: na França, Zizi é nome vulgar do órgão masculino do homem..PODE?? Buaaaaá!!!! Obggg.

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