quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Dia das crianças é todo dia


Tentei me lembrar dos quatro Dias das Crianças de minha filha e, confesso, não me lembrei de muita coisa. Não sei se porque é muito próximo do aniversário dela ou se porque não damos tanta importância. Prefiro valorizar o dia-a-dia, as pequenas atitudes, a ter uma data apenas para presentear... 

Obviamente, lembro-me do mais recente, em que ela ficou doente e faltou praticamente a semana toda na escola. Justo na semana em que prepararam tantas surpresas para eles. Ela só foi mesmo no dia das fantasias. E que coisa linda foi ver tantas Minies, Fadas, Bens 10, Homens Aranhas entrando sorridentes e vivendo seus personagens... Fizeram uma super festa, com mesa de guloseimas, teatro e presentinhos. Minha filha saiu de lá feliz, com uma tiara verde de estrelinhas e um cavalinho de madeira como presente. Nem se lembrava mais porque ficara tantos dias sem frequentar a escola. Ainda bem!

E, por conta deste tema da semana, fiquei curiosa sobre a origem do Dias das Crianças e fui pesquisar. Descobri que o Dia Mundial das Crianças é comemorado em 20 de novembro por ter sido a data em que a Declaração do Direitos da Criança foi aprovada. No Brasil, a data é dia 12 de outubro por motivo comercial mesmo. Leiam o que achei no Wikipedia:

Na década de 1920, o deputado federal Galdino do Valle Filho teve a ideia de "criar" o dia das crianças. Os deputados aprovaram e o dia 12 de outubro foi oficializado como Dia da Criança pelo presidente Arthur Bernardes, por meio do decreto nº 4867, de 5 de novembro de 1924.
Mas somente em 1960, quando a Fábrica de Brinquedos Estrela fez uma promoção conjunta com a Johnson & Johnson para lançar a "Semana do Bebê Robusto" e aumentar suas vendas, é que a data passou a ser comemorada. A estratégia deu certo, pois desde então o dia das Crianças é comemorado com muitos presentes.
Logo depois, outras empresas decidiram criar a Semana da Criança, para aumentar as vendas. No ano seguinte, os fabricantes de brinquedos decidiram escolher um único dia para a promoção e fizeram ressurgir o antigo decreto. A partir daí, o dia 12 de outubro se tornou uma data importante para o setor de brinquedos no Brasil.

Enfim, comemorar com os filhos é sempre bom. Melhor ainda se for todos os dias!

(Nina Marinho, mãe da Mariana)


terça-feira, 29 de novembro de 2011

Data muito importante

A vida é um ciclo e muito engraçada. Muitas coisas, das quais não gostava quando criança, repeti   na educação do meu filho. Uma destas  foi o dia da criança. Como somos católicos, neste dia, o mais importante é comemorarmos Nossa Senhora Aparecida. Claro que meus pais lembravam e davam um agrado, mas era apenas um agradinho. Quanto mais que naquela época presente era uma coisa muito cara! Eu sempre comemorei com Pedro, mas com lembranças pequenas e baratas. Ou era um passeio, ou um brinquedinho, mas bemmmmm baratinho mesmo. Rsrs Perguntei até pra ele o que se  lembrava do dia das crianças e ele disse que ganhou uma vez um pé de pato. Nossa, dei uma coisa tão cara assim! Rsrs  As grandes comemorações foram na Páscoa, aniversário e Natal. Para mim o dia das crianças virou um comércio e eu não compactuo e nem quero, pois comemoro outra coisa neste dia.  Porém, ele recebeu muitos agrados de meu sogro, que, como já falei, era um baita esbanjador. Mas vale a pena fazer um passeio diferente neste dia, pois nossos filhotes merecem!

O Dia da Criança

É um dia em que cabem
todos os dias do ano
e as coisas mais bonitas
que não podem causar dano:
os sonhos e os brinquedos,
as festas, as guloseimas,
a sombra de alguns medos,
a casmurrice das teimas
e também, com fartura,
o afecto e o carinho
com que se faz a ternura,
para mostrar ao mundo
que a guerra é uma loucura
e que o gosto de ser menino
é o nosso eterno destino.

(José Jorge Letria - in O Livro dos Dias)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ser criança...


Ser Criança

Ser criança é bom demais
despreocupar com tudo que se faz
dar um pulo, um grito e uma risada
levar a vida bem vivida e bem amada
ter uma rua e um parque prá brincar
o dia inteiro sem ter hora de parar
depois dormir, sonhar com a fantasia
e acordar num mundo cheio de alegria
ter uma escola e uma casa prá morar
boa saúde prá brincar e prá correr
ter amor e carinho todo dia
e um mundo lindo e limpo prá poder viver

Canção Das Brincadeiras II

Quem quer brincar de roda
Jogar peteca ou dançar quadrilha
Brincar de pique, pega-pega, esconde-
Esconde
Amarelinha é uma maravilha

Agora me diga quem foi que bolou
O diabolô, biboquê e iô-iô
Tem cobra cega e gata pintada
Forninho de bolo, futebol e queimada

Quem quer brincar de esconder
De rebolar com bambolê
Eu vou tirar na sorte o capitão
Depois vou pular corda e jogar pião

Bolinha de gude é tão bom jogar
Tá quente tá frio, ninguém vai achar
Guarda meu anelinho bem guardadinho
Chicotinho queimado não vai bater "ni mim"



O Menino e o Mar

Menino vem brincar no mar
Ô mar! vem lavar pé de menino

Eu vi as ondas brincando de pega-pega
Levar as águas do riacho cristalino
Eu vi menino vir brincar no mar
Ô mar! vem lavar pé de menino

As gaivotas vão fazendo suas rondas
O sol levanta o vento leste me incendeia
No chão da praia vou guardar a minha raia
E construir o seu castelo de areia


Essas canções são de Rubinho do Vale, um menino-poeta-cantador de minha região.  Quando Rubinho canta, todo vira criança. Para todas crianças do Brasil!

 (Irene Sena - Mãe da Sâmia)

Não tem preço!!!

Ela nunca havia tido um dia das crianças como aquele.  Até porque foi comemorado uns dias antes da data comercial... Ela com a sabedoria e vozinha que só uma criança de 2 anos têm, pediu, após ver uma propaganda na TV:  “Mamãe, você compa uma liloumamei pa mim”?! E quem poderia segurar aquele coraçãozinho de mãe que disparado queria, na mesma velocidade, comprar a boneca tão especificamente pedida?

Foi  assim que na madrugada daquele mesmo dia a mãe, sem limites, aproveitou o limite do cartão e fez uma loucura por amor!

Passados cinco dias da extravagância, reunidas  na salinha de casa, alguém chama no portão... a mãe trêmula volta com um  pacote  em suas mãos. A filha, ao ver o pacote cinza, pergunta com os olhinhos brilhantes: “É a minha liloumamei, mãe”?!  A resposta foi o rasgo desesperado dado no plástico cinza, tentando remover mais do que depressa aquilo que impedia a sua criancinha de ser  feliz, naquele momento...

De repente, aqueles olhinhos se inundaram de uma felicidade nunca antes vista. A pequena tendo em suas mãos a caixa da boneca e ávida por segurá-la, ordena:  “Tila ela daqui, mãe, rápido”!!! E assim foi feito... com a boneca, finalmente, livre, aquela mãe viu o quanto vale cometer um excesso por amor a um filho... Viu a criancinha amada com sua boneca nos braços, brincando de roda, pulando e gritando de  emoção...  tão desesperadamente feliz que não largava a bichinha nem para mamar uma “dedeilusca”... viu sua criancinha abraçando a boneca com tanta força que parecia que iria cortá-la ao meio... viu sua filha dormir agarrada com a bonequinha depois de tanto brincar...viu aquele serzinho muito amado ter o seu momento mágico pela primeira vez na vida...

Se não acredita, confere aí!

  

(Lu Thompson, "mãe sem limites" da  Liz e da Giulinha também!!!) 

domingo, 27 de novembro de 2011

Eu ODEIO quando eles fazem isso!


O prazer de ser mãe é imensurável! E por mais que eles nos façam raiva, pirracem ou nos respondam, passamos por cima de tudo isso e amamos. Amamos incondicionalmente. Não há nada mais lindo e renovador que o sorriso de nossos filhos!

Queremos bem, queremos muito bem... queremos  melhor que a nós mesmas. Queremos sentir suas dores, sofrer a dor deles, só para não vê-los sofrer. Há duas coisas que eu ODEIO: quando eles adoecem e quando eles choram. Ai que vontade que eu tenho de estar ali, no lugar deles e sofrer por eles.

Agora, com dois filhos adultos, passando por tribulações de adultos, dificuldades que eles mesmos precisam resolver...  e os vejo chorando... lastimando-se de terem sofrido alguma humilhação ou constrangimento, a leoa se enfurece, e quer logo oferecer palavras de conforto, levantar a autoestima de cada um deles e brigar por eles, como quando um coleguinha derrubou seu picolé, ou lhes deram um beliscão na escolinha...

Minha vontade é de fazer uma redoma de proteção para que nada lhes aconteça, mas só consigo fazê-lo hoje através das palavras, dos conselhos e das orações. Como diz Arnaldo Jabor: “eles saíram do banco de trás para o volante de suas próprias vidas”. E eu fico ali, chorando junto, por dentro, mas dando todo o apoio do mundo.

Também não gosto quando eles adoecem. Não gosto daquela carinha de tristeza, de febre alta, de criança (e adultos) acamados. Saio para trabalhar e volto com um presente. Adoro ver uma carinha de felicidade para abrir o papel de presente. Aqueles segundinhos de expectativa, sem saber do que se trata, deixam-me tremendamente feliz. Eles nunca se deram conta dessa minha estratégia... nunca me disseram que gostavam de ficar doentes só para ganhar presentes. Quando vi que a coisa ficava feia, era o meu paliativo para ver um sorrisinho e um brilho nos olhos daquele serzinho tão importante na minha vida.

O Renan, quando criança, sofria de bronquite e frequentemente tinha que ir ao médico. O Ramon, nos sete primeiros anos, teve três paradas respiratórias e foi internado às pressas. Sustos que vivemos intensamente enquanto não chega o ponto final desses sofrimentos. A Lívia, não teve problemas de saúde, enquanto chora por outros motivos (namoros, autoestima, trabalho, amigas...).
 
Acho que esse “ódio” é o de todas nós, que queremos tanto, e tão bem, que no permitimos que nada de ruim possa passar por perto de nossas crias.Defesa? Proteção? Instinto? Acho que é apenas ... amor materno!

(Vânia Oliveira - mãe de Renan, Lívia e Ramon)

sábado, 26 de novembro de 2011

Ele teimoso, ela indiscreta


Quando nascem parecem uns bibelôs: os lindinhos e as  lindinhas permanecem onde os colocamos, vestem o que escolhemos, comem o que oferecemos... Nutrem o nosso ego porque criam a ilusão de que estamos no controle. Todavia, esse “éden de areia” vem abaixo  assim que descobrimos que aquelas figurinhas se mexem, se arrastam, se escondem, derrubam, põem, tiram, quebram, rasgam, amassam, recusam, respondem, devolvem, provocam, brigam, batem, apanham, teimam (e como!!);  enfim,  tem personalidade própria e fazem questão de deixar isso bem claro para nós. 

Pode parecer desanimador, mas é pura orientação empírica: os anos não se preocupam em reduzir essa enxurrada de verbos citados; eles apenas os aperfeiçoam e nós, mães, continuamos de mãos atadas em companhia de um elemento que não falta no nosso mundo materno: o efeito surpresa. Por isso redobramos os cuidados a fim de evitar iminentes contratempos: enquanto um olho cuida dos pequenos, o outro circula para detectar prováveis riscos. Será que resolve?

Inúmeras foram as situações complexas que tanto o Danilo quanto a Patrícia me fizeram passar. Ele, sendo o mais velho,  queria mostrar serviço e se prontificava a ensinar tudo de errado para a irmãzinha.(ainda bem que ela não repetia todas as façanhas do “nosso herói”). Muito peralta e teimoso como uma porta, chegou até o absurdo de enfiar a mãozinha na fogueira (época das festas de São João) para sentir a temperatura do fogo. Uma vez, escalou meu  guarda-roupa, quanto chegou ao topo, mirou no alvo (minha cama) e alçou voo. Só escutei o “Crash”. Tinha atração pelo perigo. Adorava  lutas marciais e treinava na irmã. A miúda aprendeu a se defender bem cedo devido às brincadeiras grosseiras do irmão. Como brigavam os dois! Ele se divertia só de perturbá-la. E na hora da comida? Ai, que drama! Ele não queria comer nada que fosse saudável. Eu comprava colheres de aviãozinho, pratinhos com desenhos diferentes, etc. Nada funcionava! Contava a ele que existiam muitas crianças na rua que dariam tudo para ter um pouco de comida, pelo menos; ele me respondia “Então a senhora deve ir lá e dar essa comida para eles”. Discursos  materno e paterno não faziam efeito no Danilo; avô, avô, tia, mãe e pai eram insuficientes para estar de olho nele. Não sei onde cabia tanta teimosia naquela pequena criatura! 

 Ela, por sua vez, não carregava o troféu de teimosia como  ele; sua estratégia era observar, planejar e agir. Caso pressentisse algum perigo, era a primeira a soar o alarme. Não me dava trabalho, não revirava minhas coisas, até me ajudava a olhar a casa, parecia uma pessoa adulta (nas atitudes). Eu sabia que estava tudo perfeito demais para ser verdade, até que descobri sua característica peculiar: ela tinha(e como tem!)  excesso de franqueza.  A princípio, parece uma virtude, mas quando somos testemunhas de palavras que são ditas no momento errado para a pessoa errada e não podemos impedir, ai meu Deus, que vergonha!! Como essa menina me fez enrubescer!!  As palavras: sigilo e ponderação não faziam parte do seu vocabulário. Sua franqueza aliada à coragem promovia eventos inesquecíveis: articulava assuntos confidenciais ou familiares para quem não devia; fazia comentários ou perguntas indiscretas à pessoas de cerimônia; adorava desenhar  pessoas (adultas) e depois presenteá-las com o desenho, mas havia um detalhe marcante nesses traçados: elas estavam nuas. Para ela, os seres deveriam ser representados da forma mais natural possível, por isso o nu. Na filmagem da formatura do Pré, quando a câmera a focalizou, ela estava desenhando docemente. Ao perceber que estava sendo filmada,  ela olhou, sorriu e mostrou o dedo do meio.   Enfim, aquela pequena criaturinha era uma pimenta que suscitava situações constrangedoras na maior inocência. Aquele bendito pedacinho de língua não tinha freio! E, em outras situações que a irritava, como argumentava bem! Deixava o interlocutor sem resposta. Uma perfeita versão humana da Emília de Monteiro Lobato.  Nunca me esqueço da vez em que ela, com a melhor das intenções,  quis me homenagear e ao ouvir uma aleatória sugestão do padre,  levantou a mão e me indicou para fazer uma mensagem (de improviso) aos fiéis numa cerimônia religiosa e eu não pude recusar (quase enfartei,  a igreja estava lotada). 

Tenho saudade de tudo referente a eles, sobretudo das travessuras do Danilo e das indiscrições da Patrícia. Na época eu “descabelava” como uma louca para acompanhar aquele ritmo. Eu brigava com eles, os punia, colocava-os de castigo, obrigava-os a andar de mãos dadas devido às brigas, os meus sermões eram para martelar mesmo naquelas cabecinhas., porém sabia separar os assuntos distintos: na hora de bagunça e brincadeiras, lá estava eu rolando por cima deles e me divertindo com os gritos. 

Logo o rapazinho tornou-se adulto e pai bem jovem e foi encarar a profissão conquistada com tanta garra.  A mocinha saiu de casa para estudar longe e preparar o seu amanhã. Ele teve pressa de crescer e ficou mais sisudo, menos brincalhão, mais cauteloso, menos peralta. Ela aprendeu que na casa dos outros não havia tanta prioridade quanto na sua.  Ele percebeu que  a cobrança do mundo lá fora é maior que a dos pais. Ela manteve sua carinha de menina dócil apesar das  garras afiadas  (só para se garantir).

 Esses são os meus rebentos que provocam em mim as sensações mais adversas que vão desde  uma lágrima que escorre chamada saudade,  ao brilho mágico quando meus olhos encontram os deles...

                             Zizi Cassemiro, mãe do peralta Danilo e da terrível Patrícia

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Eu tenho a força


Bem que me avisaram e eu não dei importância. Depois que você vira mãe, você paga com a língua. Tudo aquilo que você, enquanto tia, madrinha, vizinha via e achava abominável nas outras crianças, um dia, aliás, um terrível dia você cai na real e percebe que ser mãe é “outros quinhentos”.
Eu sempre dei má nota às criancinhas infelizes que resolviam tudo na porrada. Achava o fim; subia uma raiva em mim e dava vontade de dar uma chacoalhada na criancinha, já que não podia bater no filho alheio. Nos pais das criancinhas dava vontade mesmo de dar uma lição de como educar seus filhos.

Trabalhei numa creche quase um ano com crianças de sete meses até quatro anos. Pasmem, mas  criancinhas de toda faixa etária resolviam seus perrengues com tapas, mordidas, puxão de cabelo e outras porradas mais. A pedagoga explicava aos pais dos agredidos que aquilo era uma fase, que não adiantava reclamar com os pais dos agressores e pererê caixinha de fósforo. Revi meus conceitos e melhorei muito a visão que tinha das criancinhas infelizes que resolviam tudo na base da porrada, mas continuei com vontade de abordar os pais, dos pequenos , na saída da creche e dar uma lição de como educar  filhos que estão na fase do resolvertudonabasedaporrada.

Hoje sou uma nova mulher. Sou mãe e consigo enxergar o mundo com outros olhos. Olhos de mãe que compreende outra mãe. Cumplicidade, sabe? Sem julgamento. Tipo, o meu não faz isso, mas consigo compreender sua aflição ou então, o meu já passou por essa fase. Isso passa!
Então, contei tudo isso para chegar neste ponto: MEU FILHO BATE NOS COLEGUINHAS E EU ODEIO ISSO NELE!! Pior de tudo é que me coloco no lugar dos pais das crianças agredidas e compreendo toda indignação deles, até quando pedem para seus filhos revidarem. Não concordo, mas compreendo. Sem julgamentos, lembram?
Não bato no meu filho (ooooooooooooooooh!) porque acho contraditório pedir que ele não bata, batendo. A minha única arma é a conversa. Converso muito com ele, mas fico triste quando minha conversa não serve pra nada. Fico triste, já chorei de raiva dele, de mim, dos outros – por não entenderem que é só uma fase etc e tal -  e porque eles temem que seus filhinhos brinquem com minha criancinha que está na fase do resolvertudonabasedaporrada e isso parte o meu coração.

Converso muito com ele, explico que fico triste e os coleguinhas também. Confesso que nem sempre tenho essa calma. Sou ser humano e muitas vezes perco a paciência. Depois de tanta conversa ele já melhorou bastante. Consegue brincar um dia inteiro sem bater no coleguinha. É uma vitória para nós dois. Quando o amiguinho vai embora,  eu abraço o filhote e digo que estou muito feliz, ele olha pra mim e nós sorrimos de felicidade. Eu por diminuir a força do He-Man e ele por alegrar She-Ha. Ou seria Feiticeira?
                                               Dani Lino, mãe da criancinha que tem a força.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Ô bichinho irritante...!!!


Sei que Miguel ainda se encontra, tadinho, na fase do "dar um desconto", mas já consegue me irritar ao fazer algumas coisinhas sim, confesso, como: ficar teimando, ou perguntar se pode fazer alguma coisa e a gente dizer NÃO e ele faz, com a maior cara do mundo, como se a resposta fosse SIM... ou quando ele fecha a cara e não há quem o convença a comer, me levando ao desespero, ainda mais quando isso acontece em muitos dias seguidos. Me apavoro! Ou então quando até come alguma coisa, mas logo depois começa a cuspir... Me dá uma raaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiva... mas, por sorte dele, logo passa!

Irrita-me também quando não desvia das poças d' água e é atraído por elas... Irrita-me quando estou morrendo de pressa e ele não quer sair de jeito nenhum do banho, inventando que ainda está lavando o peru, e depois a bunda, e depois a perna, e depois o pé, e depois a mão... só para ficar me enrolando! Parece um pato! (risos)

Irrita-me quando o levo para cortar o cabelo em Amarildo e ele faz um escândalo, dizendo que prefere os cachinhos... Irrita-me quando me distraio por um segundo e ele já está longe do meu campo de visão, brincando de pique-esconde em pleno supermercado. Quase enlouqueço!

Irrita-me quando cisma de trocar o dia pela noite e me pede para correr atrás dele às 2:30 h da madrugada, ou resolve pedir peitinho mais vezes justamente na noite em que me encontro maaaaais cansada!  

Apesar de eu ter citado tantas irritações, é claro que os momentos de encantamento são beeeeeem mais presentes em nossa vida! E acho que devo até confessar, bem baixinho, para ele nem desconfiar, que até vejo graça na maioria dessas irritações, ainda mais quando ele me dá dicas de que faz tudo isso de propósito! O danadinho puxou a mim... até nisso... Tô perdida! (risos)

(Andreia Dequinha - mãe de um irritante lindo chamado Miguel)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Como enlouquecer a mãe

Detesto quando...


São tantas coisas que irritam, que nem sei por onde começar. Mas, vejamos, minha filha adolescente (13 anos) adooooora deixar o quarto naquele estado, a roupa embolada no cesto. Irrito-me profundamente com sua nota de Português, parece que sou incompetente. Com seu jeito de falar e de gostar de coisas tão estranhas para mim, às vezes, estranhas até demais.
Meu filho (com 7 anos) já não me irrita tanto. Por enquanto (risos). Mas ainda assim, faz algumas coisinhas... A mão suja na geladeira, o suco derramado em cima da mesa, os brinquedos espalhados na sala.
E quando os dois acham que podem me atormentar e começam a brigar??? Quase enlouqueço...
Quanta bobagem... O que são tantos e pequenos momentos de irritação perto do tanto de amor e felicidade que eles me fazem sentir e me dão.
(Carmem Lúcia - mãe da Bia e do Fillipe)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Recado para ela e os 10 mandamentos...

Hoje como a nossa amiga índia Simone, dona da terça-feira desta semana, está dodoi e até internada, obviamente não passará por aqui, infelizmente, mas logo ela estará de volta, nos presenteando com seus textos emocionantes, apaixonantes! Volta logo, índia! Nós amamos você! E pode escrever depois, se quiser, e postar aqui, retroativo, viu! Adoraríamos, tenha certeza! Beijos. Andreia Dequinha em nome da família MATERNAidade.

Os 10 mandamentos da Maternidade

01) Renunciáras a uma casa limpa;
02) Possivelmente, nunca mais terás uma conversa sem ser interrompida;
03) Aprenderás a fazer compras às pressas;
04) Não cobiçarás a vida social da próxima;
05) Agora deverás realmente honrar a tua mãe e teu pai;
06) Não terá todas as respostas;
07) Não mais precisarás de um relógio com alarme;
08) Deverás fazer cinco tentativas frustadas até conseguir sair de casa;
09) Perguntarás a ti mesma o que fazia com o seu tempo;
10) Saberás que tudo isso vale a pena.


(Extraído da Internet)

Mãe demais estraga?

Mãe demais estraga?

buscando o equilíbrio entre a ausência e a presença





As férias de verão estavam sendo aguardadas com muita ansiedade por todos. Teve bola na praça, esticada na praia, algumas escapadas. E também muito tempo gostoso em casa curtindo cada brincadeira, cada história, cada minuto.

Eu estava com meus filhos exclusivamente para mim durante sessenta dias. Que mãe não adoraria isso? Do momento em que alguém abria meu olho esquerdo antes das oito da manhã até a hora em que meus dois olhos fechavam involuntariamente de exaustão tarde da noite.

E daí que o tempo foi passando e a minha criatividade para ajudar a suprir o ócio deles foi acabando. A minha energia para participar das brincadeiras ou apartar brigas entre irmãos também foi para o beleléu. 

Já no fim da temporada eles começaram a contar os dias para as aulas voltarem. Eu queria ter só cinco minutos de paz. E talvez meus filhos quisessem isso também! Estariam eles com overdose de mãe?

Numa reportagem sobre maternidade da revista The New Yorker, a filósofa francesa Elisabeth Badinter afirmou que quando se é mãe, ou se está presente demais ou ausente demais. "Você tem que ser um Mozart da maternidade para encontrar o equilíbrio correto entre a ausência e a presença", disse Badinter, uma das vozes femininas mais influentes da França.

Mas aí quando eu perguntei para minha filha se ela estava feliz de voltar para a escola, a pequena respondeu: "Mais ou menos, porque eu gosto de ficar grudadinha em você!" As aulas já recomeçaram. Sei não... Estou achando esta casa muito quieta agora.

Fernanda Paraguassu escreve todas as segundas e quintas no site do GNT

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Detesto...

Minha filha é muito madura, sempre foi e às vezes briga comigo... Sniff... Fico muito triste quando ela faz isso. Eu tenho coração de manteiga e choro muito, choro até vendo beijo de novela. Eu queria muito não errar, não brigar com ela, nem que ela brigasse comigo. Detesto quando isso acontece. Acho que o fato de brigarmos se deve ao fato de ela ter o gênio mais forte que o meu. Aliás, ela briga comigo, eu só choro, choro, choro... E vem aquele nó na garganta que não sobe e nem desce, então eu me calo, me fecho, para não me magoar, para não magoá-la. Como é brava a minha broa! Coração fica partido, em frangalhos, mas meu amor por ela cura tudo, tudo passa, tudo desfaz, bem depressa cicatriza. Em meu aprendizado diário de ser mãe, aprendi que muitas vezes é preciso calar. Nunca sei se estou agindo certo, mas me calo. Mas, graças a Deus, passa logo e logo voltamos a nos dar bem como sempre.
Outra coisa que detesto é ficar longe dela. Dóiiiiiii... mas é a vida, ela precisa crescer, fazer carreira, ficar independente. E ela é corajosa, teve a coragem que nunca tive. Alçou voo, bateu asas. Isso eu gosto. Tento me lembrar de outras coisas mais. Não consigo. Ser mãe é não detestar. É aceitar. Simples assim.
(Irene Sena - mãe da Sâmia)

domingo, 20 de novembro de 2011

A meus filhos, com amor



Talita e Tariq, sentei-me ouvindo música calma  pra escrever uma carta a vocês  dois.  Parece simples,  mas não é tarefa confortável.  Já levantei pra beber água duas vezes e  fui ao banheiro outras duas, comi algumas bananas, já troquei o estilo das músicas, abri e fechei a janela... Meus olhos passeiam pela sala e procuram afazeres que normalmente empurro pra frente, como livros  empilhados à espera de quem os guarde, o monte de redações no aguardo de quem as avalie, as panelas do almoço ainda na mesa e tudo mais que vocês sabem. Mas o Word aberto na minha frente puuuxa de volta meu olhar e eu obedeço, literalmente cheia de dedos.

Pululam na memória recente sábias palavras de Victor Hugo e  Rubem Alves, Rudyard Kipling e  Chico Xavier, invadindo minhas ideias, minhas tentativas de escrever coisas só minhas, únicas e personalizadas, para vocês dois,  filhos tão únicos, que me foram confiados nessa caminhada.  Nem posso contar com a cumplicidade dos nossos caderninhos agora, estou a sós comigo mesma e a emoção começa a me tomar conta. Uma onda de amor me percorre, meu coração perde o ritmo, meus dedos aflitos tamborilam no teclado, procurando, quem sabe, uma rota “segura”, livre de lágrimas, pra fazer esse download de sentimentos vestidos em palavras.

Certeza eu tinha: vocês viriam. Gravitavam em volta de mim, povoavam meus sonhos, faziam-se presentes, visitavam meus desdobramentos, como que lembrando o que combináramos. E tão logo as conjunturas se fizeram favoráveis, vocês deram o ar da graça, percorreram de volta o caminho desse planeta-escola, para nos reencontrarmos e resolvermos as nossas pendências, nos ajudarmos, crescermos juntos, nos amarmos. E em nosso novo e lento aprendizado , tantas vezes  me sinto a criança entre os adultos e me recolho ante à grandeza dos seus propósitos, me envergonho do que sai da minha boca, frente aos seus olhos espantados com a minha insensatez...

Talitinha, você é a minha companheira de aventuras e desventuras caseiras. Por sermos tão parecidas, sofremos os mesmos desgastes diários de deixar cair e de perder coisas, de não guardar nada no lugar, até no jeito atropelante de contar casos. Sua gargalhada barulhenta, feliz, preenche todos os espaços da nossa casa. Você constantemente me abraça com muito carinho e, tão madura, não guarda rancor das nossas discussões, o que me deixa muito sem graça, porque, afinal, o exemplo deveria vir de mim.

Você, Tariq, é generoso, desapegado, sensível. É capaz de deixar para os outros o melhor ou o último pedaço de frango, se desfaz de seus brinquedos com a maior facilidade, em favor dos que nada têm. Ama as plantas, preocupa-se com os animais e na hora da prece da noite, sua listinha de favorecidos, dos reinos mineral, vegetal e animal, entraria pela noite se eu, discretamente, não a encurtasse...

Sentada aqui, revendo o eterno filminho-dos-momentos-de-escrever-no-blog, me vêm agora cenas em que meu egoísmo falou mais alto (quase gritando) e  não fui brincar com você, Tariq, porque queria continuar lendo ou na internet... E você,  Tatá, quantas vezes desejou que eu ficasse mais tempo ao seu lado, à noite, papeando pequenos e grandes detalhes de nossas vidas, mas eu me afastei... Revejo suas carinhas de decepção e fico com a cara quente de vergonha de mim mesma.

Quantos enganos  venho cometendo em nome de “uma educação exemplar”, de “criar filhos independentes, filhos para a vida”?... Vocês dois já saíram da fase de considerar  perfeitos seus pais, modelos de super-herois. Tento, ao perceber os erros, reconhecê-los e corrigi-los bem depressa, não tenho melindres quanto a isso.

Buscamos, seu pai e eu, trazer pra dentro de nossas vidas os ensinamentos de Jesus. Ainda que não os estejamos cumprindo à risca, imperfeitos que somos, estamos no caminho, disso tenho certeza. Temos plena noção de quão difícil é empreender essa caminhada, mas também estamos cientes de que não estamos juntos nela por acaso... Há um trabalho maior a fazer! E é a isso que temos de nos ater, precisamos contar uns com os outros, sempre. Não queremos, não podemos fracassar!

Estarei sempre com vocês, meu filhos. O amor verdadeiro é maior que tudo, podemos confiar! 
E foi pra dizer isso, enfim, que escrevi esta carta.

                                        (Else Portilho, mãe confiante da Talita e do Tariq)