terça-feira, 22 de novembro de 2011

Mãe demais estraga?

Mãe demais estraga?

buscando o equilíbrio entre a ausência e a presença





As férias de verão estavam sendo aguardadas com muita ansiedade por todos. Teve bola na praça, esticada na praia, algumas escapadas. E também muito tempo gostoso em casa curtindo cada brincadeira, cada história, cada minuto.

Eu estava com meus filhos exclusivamente para mim durante sessenta dias. Que mãe não adoraria isso? Do momento em que alguém abria meu olho esquerdo antes das oito da manhã até a hora em que meus dois olhos fechavam involuntariamente de exaustão tarde da noite.

E daí que o tempo foi passando e a minha criatividade para ajudar a suprir o ócio deles foi acabando. A minha energia para participar das brincadeiras ou apartar brigas entre irmãos também foi para o beleléu. 

Já no fim da temporada eles começaram a contar os dias para as aulas voltarem. Eu queria ter só cinco minutos de paz. E talvez meus filhos quisessem isso também! Estariam eles com overdose de mãe?

Numa reportagem sobre maternidade da revista The New Yorker, a filósofa francesa Elisabeth Badinter afirmou que quando se é mãe, ou se está presente demais ou ausente demais. "Você tem que ser um Mozart da maternidade para encontrar o equilíbrio correto entre a ausência e a presença", disse Badinter, uma das vozes femininas mais influentes da França.

Mas aí quando eu perguntei para minha filha se ela estava feliz de voltar para a escola, a pequena respondeu: "Mais ou menos, porque eu gosto de ficar grudadinha em você!" As aulas já recomeçaram. Sei não... Estou achando esta casa muito quieta agora.

Fernanda Paraguassu escreve todas as segundas e quintas no site do GNT

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