domingo, 25 de dezembro de 2011

Cartinha para o Papai Noel



MEUS FILHOS ACREDITAM NO PAPAI NOEL! É verdade! Um Papai Noel um pouquinho diferente: na maioria das vezes, é uma figura feminina, loira, que hoje tem 43 anos e é EXTREMAMENTE APAIXONADA pelo Natal; outras vezes, pode ser um homem magro, alto, de cabelos grisalhos, de 54 anos.

Quando pequeninos, gostávamos de escrever cartinhas para o bom velhinho. À medida que iam crescendo, acabavam descobrindo,  por eles mesmos, a verdadeira identidade do provedor de tantos presentes...

Mas a culpada de tudo isso sempre fui eu, que passei por inúmeras dificuldades financeiras quando criança e ainda assim esperava a visita do “Papai Noel”. Eu devia ter talvez uns cinco ou seis anos, foi um Natal inesquecível, pois meu pai estava desempregado e minha mãe não trabalhava fora. Minhas duas irmãs, ainda adolescentes também não trabalhavam.

Nunca comemorávamos com ceia, mas meu pai fazia uma árvore de galhos secos e a enfeitava com algodão e caixinhas de fósforos embrulhadas para presente.

Na noite de Natal, ao acordar, encontrei ao lado do meu sapatinho, (que nem havia sido colocado ali para ganhar presente, mas por tê-lo deixado na beiradinha da cama na noite anterior) encontrei uma boneca muito simples, sem articulações, uma caneta de 8 cores e um pedaço de pudim. Mesmo tão pequena, eu nunca esqueci a simplicidade e o espírito de Natal daquele momento.

Com um nozinho na garganta, vibrei dizendo que o Papai Noel havia passado na minha casa. Meu pai sorriu e cantarolou: “Eu não te falei? Seja rico ou seja pobre, o velhinho sempre vem.”

Aprendi ali, que o espírito do Natal é exatamente esse desejo de dias melhores, alimentar sonhos, esperanças, solidariedade nos corações.

Sempre montei árvores para minhas crianças e, próximo à meia-noite, eles ouviam o sininho do Papai Noel tocando, e, para surpresa geral, os presentinhos já estavam na árvore.

Hoje, com dois adultos e um quaaaaaaaaaase adolescente,  ainda brincamos sobre esse assunto e nunca falamos que queremos presentes de Natal, mas que irão deixar cartinhas para a Mamãe Noel (eu) e para o Papai Noel (o pai deles). Achamos muita graça nisso e gostamos dessa brincadeira.

Claro que não esquecemos de falar sobre o verdadeiro sentido do Natal e da importância do nascimento de Jesus em nossas vidas.

...

Ao sentar aqui, na frente desse computador, tinha pensado em outra coisa, mas a recordação atrapalhou meus planos.

Vou aproveitar o finalzinho de meu texto (que virou um emaranhado  de histórias) para então, escrever uma cartinha ao Papai Noel:

Querido Papai Noel,

Meu desejo, como o de todos os outros anos que virão, é que minha família esteja sempre unida, com muita saúde, paz, felicidade, amor e que possamos comemorar o nascimento de Jesus, não só nessa data festiva, mas todos os dias dos anos vindouros.


Que todas as famílias tenham essa mesma felicidade de poder, unidas, participar desse momento de confraternização e que nossas vidas sejam mais alegres, mais felizes, mais NATAL!

(Vânia Oliveira)

8 comentários:

  1. Vânia, assim como eu, você fez uma trajetória retomando fatos antigos ligados ao tema para depois dar continuidade. Nossos valores não vem por acaso. Uma graça seu texto, uma colcha bem feita de lindos retalhos.Amei!!

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  2. Legal que seus filhos tenham feito de forma natural a transição entre o Papai Noel imaginário e os papais Noéis caseiros! (risos) Espero que isso tb aconteça com Miguelito! Sem traumas!

    Acho lindo quem escreve cartinhas para o bom velhinho... Criança precisa de imaginação, de mágica mesmo, pra não se tornar um adulto carrancudo, seco, inexpressivo, se bem que há raras exceções, como em tudo na vida!

    Uma pena que o "seja rico ou seja pobre, o velhinho sempre vem" não esteja sendo tão presente... mas... vejo muitas incoerências nisso... Conheço pobres que não dão presente aos filhos (e olha que hj temos tantas vantagens, que não existiam na nossa época, como várias parcelas e até lojas de R$ 1,99!), mas compram celulares beeeeeeem mais caros que o meu, que é simplezinho pacas! Questão de prioridade... acho. Que bom que a gente pensa diferente e se esfola pra não deixar a data passar em branco, com relação a nada!

    Adorei ver as suas lembranças se misturarem com as dos seus filhos... Segundo a minha teoria, são coisas bem interligadas mesmo! Não?

    Beijos.

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  3. Achei muito linda a historia do pedaço de pudim,ooown!*.* é uma pena que esse espírito de Natal, hoje, seja super sufocado pelo consumismo D:
    Talita, filha da Else

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  4. Vania, que história linda a sua. Seu pai era um homem sábio. Acho que penso igual a ele. O espírito do Natal tem que sobreviver, seja rico ou seja pobre. Ameiiiiiiii ! bjss

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  5. Zizi,
    Confesso que nem era bem isso que eu iria escrever, mas fui me deixando levar pela emoção e deixei que o coração escrevesse o que bem quisesse.
    Fico feliz que tenha gostado de minha "colcha de retalhos" como você sabaimente disse. Beijão!

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  6. Dequinha,
    Eu deixo bem claro para os meus filhos que os presentes precisam ser algo compatível com nossa situação financeira, e que eles devem peserar pelo presente sim, mas o Papai Noel também tem outras cranças para presentear. O problema é quando eles crescem e aí, o presente fica caro de verdade. rsrs

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  7. Talita,
    Que bom que você gostou da minha história. Eu aprendi direitinho e ainda mantenho esse espírito do natal na minha família.
    PS.: Eu também acho muito fofa a parte do pudim. rsrs
    Beijos e obrigada por comentar no meu post.

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  8. Cris,
    Como diz John Lennon, que bom que não somos as únicas: eu também acredito que o espírito do Natal precisa estar vivo em nossos corações.
    Obrigada por passar por aqui. Beijão!

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