terça-feira, 14 de maio de 2013

3 anos e 9 meses...


Há exatamente 3 anos e 9 meses você nascia, permitindo aos meus olhos conhecê-lo além da minha imaginação e das tantas ultras, que eu fazia na esperança de ter uma prévia de como você estava se formando, de como seria, com quem se pareceria...

Lembrei-me automaticamente de uma ultra em especial, a última que fiz antes de você nascer! Lembro-me de que estava ansiosa ao extremo, querendo ver o seu rostinho e você insistia em ficar com a mão na frente, meio que se escondendo, fazendo suspense... Aí me levantei, andei pela salinha, me agachei, me levantei, fiz um monte de exercícios a fim de fazê-lo mudar de posição. Voltei para a ultra, toda esperançosa, e você em vez de uma mãozinha no rosto, agora tinha posto... as duas! Só de perfil que deu mais ou menos para ver um pouquinho mais de você... Parece que não queria mesmo se revelar para a mamãe... (risos)

Acho que começou aí a sua primeira de muitas brincadeiras... de zoações... É assim todo dia, principalmente depois do banho, quando vou arrumá-lo para a escola... a ponto de, na pressa, isso até me irritar! É assim todo dia quando eu peço para você pegar alguma coisa para mim e você finge que vai me entregar e sai correndo, para ver se eu corro atrás para entrar na sua brincadeira, de pique forçado! (risos)

Agradeço a Deus todos os dias por você ser perfeito, por ter saúde, por ser tão espertinho, tão carinhoso, por estar comigo em todos os momentos, até nos de TPM, sem reclamar, tentando me arrancar sorrisos, e por tantas vezes parecer aceitar as minhas falhas, mais do que eu as suas, e por me compreender muito mais do que eu a você. Como sou grata a você, filho, por estar sempre me mostrando que posso ser melhor do que sou, em muitos sentidos, mas sei que, ainda assim, estarei sempre aquém a você! Obrigada por ser meu filho e por fazer com que eu me sinta a melhor mãe do mundo, mesmo tendo total convicção de que estou longe disso. São muitas as incompreensões e limitações... mas como é gigantesco o amor, viu! Parabéns!

(Andreia Dequinha - mamãe que ama comemorar cada mês da sua cria)

domingo, 12 de maio de 2013

Essa pessoa sou eu?!?



Às vezes fico me perguntando como meu filho me vê, em meio a tantos erros até mesmo quando tento acertar, ou principalmente nessas horas, e hoje achei engraçado ao vê-lo preparar mais um cartão de dia das mães para mim! Ganhamos dois no Supermercado Extra e ele veio para casa todo empolgado, compenetrado, dedicando-se ao cartão que preparou para mim e para a "mãe da mãe". Sim, porque hoje ele curiosamente não usou a palavra "vó", como se isso tirasse a sua propriedade de homenageá-la também! (risos)

Perguntei o que estava escrito no meu cartão, ao que prontamente ele respondeu: "Mamãe, eu te amo muito, muito, muito! Feliz dia das mães!" Perguntei-lhe do desenho, pensando se tratar de um animal, mas fui logo surpreendida com um, todo animado, "é você, mamãe!!!" Juro que não sabia se ria ou se chorava. Na dúvida, claro, fiz os dois, assim, de uma forma ou de outra, eu acertaria! Agradeci e o enchi de beijos! 

Mais tarde, fiquei fitando o cartão, o "meu" desenho, e ele me flagrou, vindo logo, todo solidário, me ajudar a decifrar o indecifrável! Disse-me que as minhas mãos estavam para trás, o que automaticamente me esclareceu que ele não as havia posto no lugar errado e aquilo grandão era, na verdade, as minhas... Orelhas?!? Putz!!! Senti-me o próprio Toppo Giggio, ou, mais moderninho, o Dumbo!!! Tive vontade de rir,  e de chorar, novamente!!! (risos)

Notei minha forma redonda, que destoava das minhas perninhas de graveto, finíssimas... e que gozado ele ter posto o adesivo de flor justamente no lugar do meu nariz. O que será que isso representaria??? Será que ele quis dizer, inconscientemente, que meu nariz era estranho e que ele não conseguiria desenhá-lo?!? 

Bom, pelo menos ele colaborou passando um batonzinho...!!! (risos)

E nunca ri tanto em minha vida... assim como também nunca parei tanto para refletir... e, pela primeira vez, tive medo de saber como ele me vê, e mais ainda de me ver assim. Desisti de saber! Há certas coisas que não são tãããão importantes assim... ou de repente precisarei de muuuuuuuito mais tempo de terapia para suportar! Vai saber! kkkkkkkkkkk

(Andreia Dequinha - mãe que se diverte com o filhote Miguelito)

Mais um dia NOSSO!


Não serei hipócrita dizendo aos quatro ventos que a minha mãe é a melhor do mundo, muito menos que ela é perfeita, pois muitas e muitas vezes entramos em conflito, brigamos, nos magoamos, nos ferimos, aliás, para ser sincera, são raros os nossos dias de paz, e talvez por isso eles sejam tão valiosos, para ambas. Somos muito diferentes em muitas coisas e, ao mesmo tempo, parecidíssimas em algumas e, por incrível que pareça, o parecido é que nos repele. As diferenças são até, quase todas, contornáveis!

Gostaria de poder conversar com ela me sentindo em território amigo, desarmado, sem que no primeiro atrito ela usasse tudo contra mim, impiedosamente. É isso o que mais me incomoda nela, assim como sei que  meu jeito cada dia mais sem paciência para tolices a irrita. Apesar disso tudo, não posso negar que não sei viver sem ela, tanto que acabo voltando atrás todas as vezes em que me decido ir embora (e não foram poucas!). Não gosto da sua falsa independência, que termina quando precisa me pedir para abrir uma simples garrafa de refrigerante, ou fechar os trincos dos basculantes por ela não alcançar, ou fazer o curativo no seu pé, ou acompanhá-la a uma consulta médica... 

Detesto quando ela refaz tudo o que eu faço, ignorando o simples fato de haver várias maneiras de se fazer algo, ou quando coloca defeito em algo, ou quando diz que é para deixar para ela fazer e, em seguida, joga isso na minha cara. Porém, toda a minha raiva velozmente se dissipa quando eu a ouço tossir, espirrar, sinalizar qualquer interferência em sua saúde, ou quando se permite desmanchar falando com o neto com tanto carinho que eu até a desconheço! 

Sinto falta (muita) de uma mãe que erra e não só assume isso, como também a palavra desculpa faz parte do seu dicionário! Às vezes sinto necessidade de ouvir isso em vez de ver feita a minha comida preferida após uma discussão, apesar de saber que é a sua forma de pedir desculpas... sem pedir. Sinto falta de ouvir "eu te amo" e outras demonstrações de afeto em vez de vê-la chorar quando sente que algo ou alguém me ofende ou me magoa. Enfim, a maior prova de amor que eu poderia lhe dar, especialmente hoje, é dizer que, apesar de todos esses incômodos e discordâncias, diários e tão rotineiros, eu não sei se saberia ficar longe dela. Nem meu filho. Somos um time, um trio inseparável, portanto, o dia hoje não é das mães, mas da mãe, da mãe da mãe, e do filho, como tão bem me disse hoje meu sábio Miguel! Viva nós então! 
(Andreia Dequinha - mãe do Miguel e também filha da Dona Cléa)

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Tentando explicar o inexplicável...


Pensando em como dar a notícia a Miguel, quando ele chegasse da escola, de que a bisa dele morreu... Coração angustiado, perdida em meu silêncio e em minhas lágrimas...  e eis que elezinho chega, sorridente, todo animado com a festinha (antecipada) de dia das mães amanhã, na escola... Gesticula e vem me contar "o segredo que não pode ser revelado porque é surpresa", mas aí olha para mim e entende tudo, até aquilo que nem mesmo eu entendo. Com tamanha rapidez e sabedoria esquadrinha a minha alma e lê meu coração. 

Silêncio por alguns segundos. Quebra de silêncio provocada pelo olhar questionador dele, ao qual respondo, sem qualquer tato, que "Papai do céu precisou levar a bisa para o céu..." Novo silêncio. Choro.    Ele me abraça e pede apenas que eu não chore se não ele também vai chorar. Prometo parar de chorar, mas não cumpro, claro. Quem me consola é ele, que abraça a minha dor, a minha saudade antecipada e a  minha frustrada tentativa de querer explicar o que é inexplicável, hoje e sempre, pelos mais variados motivos. 

Vou dormir com esta indagação: "Por que será que nada é da maneira que a gente espera e às vezes até ensaia, né?!?" Ainda bem, ainda bem... Deus sabe mesmo tuuuuuudo o que faz. Meu coração, mesmo sangrando, esboça um sorriso. Adormeço. Quase. E congelo a dor para amanhã. 

(Andreia Dequinha - mãe do Miguelito, com quem sempre aprende!)