segunda-feira, 9 de maio de 2016

Diretamente da minha infância

Passar de filha à mãe é um processo muito curioso! E algumas influências são mesmo inevitáveis! 

Há muitas coisas que minha mãe fazia comigo e que eu bem que tento fazer diferente com o Miguel, mas vira e mexe eu me pego cometendo os mesmos erros que apontava nela e que ela apontava em minhas avós, e logo me policio. Mas algumas coisas eu confesso que faço total questão de manter e aí vejo um pouco da minha infância presente na rotina do meu filho e é muito bom, gratificante, uma espécie de máquina do tempo!  

Moramos com a minha vó paterna até os meus dez anos... e ela era o meu xodó, minha defensora, exatamente como a minha mãe é do Miguel (tomara que elezinho possa ter a companhia dela por ainda mais tempo). Lembro-me das mesmas reclamações de mamãe, na época: que ela se metia em tudo, que me protegia das surras, reclamava das broncas (que achava sempre exageradas!), que ia acabar me estragando, me deseducando, me fazendo todas as vontades, me dando tudo na mão... no entanto, ela agora faz igualzinho, sem tirar nem por, com o Miguel. (risos)

Além disso, tento inserir algumas das muitas brincadeiras da minha infância na vida do Miguel, como pique-pega, pique-esconde, bandeirinha, queimado, futebol, bola de gude... brinco com ele de massinha, de desenhar, de pintar, e até de boneco, casinha e panelinha (sem nenhum grilo pra quem pensa que é coisa (só) de menina!). Leio com ele bastante livrinhos, crio histórias, compro um monte de joguinhos da minha época, para não deixá-lo só no vício do vídeo-game e do tablet. Tentei até importar da minha infância aquele hábito de ouvir historinhas (aqueles disquinhos coloridos, de vinil, relíquia!), só que adaptando, já que agora a coisa é mais completa, com direito à imagem e até 3D no DVD!!! Na minha época, todos esses efeitos especiais ficavam por conta da minha imaginação mesmo! (estou ficando velha mesmo, meu Deus!).


Eu o incentivo a brincar bastante! Criança tem que brincar e como o brincar ensina! O lúdico é valiosíssimo! Mamãe só me deixava brincar com a garotada da vizinhança depois que eu terminava de fazer todas as tarefas da escola, estudar para a prova, essas coisas... e acho que sou um pouquinho parecida nesse ponto, com a diferença de que não o alfabetizei cedo, antes de ir para a escola, justamente por achar muito chato ter sido privada de descobrir coisas novas junto com os amiguinhos, na idade certa, mesmo sabendo que foi por um bom motivo, com as melhores das intenções! Sou grata!

Fazendo igual ou fazendo diferente, o certo é que vamos construindo uma nova história... sempre...

(Andreia Dequinha - mãe do Miguelito)

6 comentários:

  1. É difícil a gente não se surpreender cometendo com os nossos filhos aquelas mesmas coisinhas que a nossa mãe fazia com a gente, não que ela estivesse errada, pois naquele tempo, pelo menos a minha, criou sete filhos! Meu Deus! Que heroísmo! Eu não tenho estrutura emocional para isso... mas o policiamento é fundamental para que a situação seja mais confortante, mais agradável!!!

    Que lindo de se ver, tudo que você vivenciou com o Miguel e continua aproveitando cada momento da infância dele, brincando, sendo realmente feliz e trazendo alegrias para a vidinha dele. Como isso é significativo, porque um dia ele vai lembrar de tudo isso com infinito amor e carinho pelo que vivenciou com a mãezona dele!!! Uma mistura perfeita de ternura e companheirismo para uma herança importantíssima!! "As doces lembranças" inesquecíveis lembranças!!! Muito emocionante e inteligente o seu texto!! adorei!! Bjos

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    1. É verdade, amiga, há muitas repetições, tanto das coisas boas, quanto das manias e das coisas não tão agradáveis assim. Eu que o diga, com o Miguel! Tento estar atenta, sempre que posso, mas às vezes dou umas escorregadas, humana que sou, que somos!

      Tomara que Miguel tenha, como eu, muitas lembranças boas de todas as épocas, especialmente da infância, época tão rica e cheia de sonhos, de pureza e de esperança!

      Um beijo enorme e quero ler o seu relato sobre esse tema também, viu, Mazé! Valeu por vir sempre ler e comentar! Adoro!

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  2. Dequinha vc é muito fofa como mãe, pensa em tudo, cuida de cada detalhe para que não se crie uma coluna vazia na infância do fofito! Apoio essa sua preocupação em inserir brinquedos e brincadeiras no dia a dia do Miguel para que ele não seja apenas um menino que só sabe mexer os dedos em um vídeo game. Jogos e jogos: isso está dominando a garotada. Há crianças que dormem super tarde porque ficam jogando e os pais deixam.....isso é muito grave. Outro ponto importante: permitir a interação com os avós. Essa fase passa rápido, pois sabemos que os avós se vão logo e não é justo impedir essa ligação tão amorosa. Os avós amam os netos com um misto de ternura e loucura. O contar histórias é tão gostoso!
    Admiro muito vc, procura sempre dar o melhor de si em tudo o que faz: quando escreve, quando trabalha, sendo mãe, sendo nosso maior apoio. Eu observo vc e as demais mães e vou aprendendo, procurando melhorar no que eu puder.

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    1. Zizi, pensar em tudo eu confesso que até penso mesmo, apesar da correria, mas, também por conta dela, nem sempre eu consigo executar tudo! Porém, já melhorei um bocado, não me punindo nem me frustrando quando isso acontece.

      Aqui tem hora pra tudo... hora de jogar no tablet ou no vídeo-game... hora de fazer dever da escola... de ler os livrinhos... de brincar no quintal ou na pracinha... e agora ele ainda tem um monte de atividades todas as manhãs... com boa vontade cabe tudo, que nem fusquinha de desenho animado, né? rs rs rs

      Quem me dera se eu me visse da maneira como vc e tantas outras amigas generosas me veem! Eu que aprendo sempre com todas vocês, sempre, sempre, sempre... e adoro! Sou grata, muito. Beijocas.

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  3. Morei com a minha a vida inteira rsrs Que delícia ! Me defendia de tudo e me livrava dos castigos hehehe Sorte do Miguel ! Bom vc reconhecer que sua mãe faz com vc a mesma coisa que fazia sua avó e ela ficava chateada. Faz parte de ser avó. E incentivar o filho brincar é a melhor coisa. Fazer a vida dele ser bem divertida. Sei que não é mole, muitas vezes estamos cansadas, mas vale a pena. bjksssss

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    1. Eu entendo sim que mamãe comete com o Miguel os mesmos erros que minha vó cometia comigo e a deixava irada... o que me deixa incomodada é o fato de ELA não enxergar nem assumir isso! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Tomara que quando eu for avó, se Deus quiser, eu saiba ao menos reconhecer isso, assumir... sem cara de pau... só assim poderei me policiar (ou tentar). rs rs rs

      Eu amo brincar com Miguel, só que realmente às vezes (muitas) o meu pique acaba e o dele nem tchum... não consigo acompanhar de jeito nenhum, que pena. Mas acho que o tentar ir até onde consigo é salvador, pelo menos pra mim. Beijocas.

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