sexta-feira, 27 de maio de 2016

Eu me perdoo

                                 

Eu vivo arrependida... O meu arrependimento tem o tamanho proporcional à certeza no ato da escolha. Se visto a blusa vermelha, na rua acredito que a azul me cairia melhor. Sou capaz de me arrepender do sabor no meio do picolé. Acho que nasci assim, indecisa e arrependida. 

Houve arrependimento até em relação ao tempo. Demorei muito a engravidar. Eu me tornei  mãe pela primeira vez aos vinte e oito anos. E depois, somente aos quarenta. Sete anos de casamento até que eu decidisse engravidar pela primeira vez. Fiquei esperando pelo tempo certo, pela hora certa e hoje me arrependo por ter esperado tanto. Gostaria de ter sido mãe mais cedo para poder ser jovem junto com os meus filhos.

Sei que dirão que a jovialidade está na alma, mas acredito que a maior concentração esteja, sim, no físico. Aos 4.7, não me sinto capaz de correr com a Maitê ou de acompanhar o Renan  assistindo a filmes pela madrugada como fazia quando era mais nova.

Entretanto, na maternidade, em si, houve muitas certezas. Sou segura dos meus exageros, do excesso de cuidado com os dois e estou certa da minha luta.

Deus me confiou a educação do melhor filho, amigo e companheiro que uma mãe pode querer e acertou em cheio quando me designou a Maitê, por quem não escondo uma paixão que vem de outras esferas.

Por mais que minhas escolhas não sejam perfeitas, por mais que meus diagnósticos não resultem em saldos tão positivos, eu me perdoo. Acredito fielmente que mãe sempre acerta, até mesmo quando erra, porque agimos em nome de um bem maior que se chama AMOR.
                                                                                                 
                                                                                         (Mônica Jogas- mãe do Renan e da Maitê)

18 comentários:

  1. É lindo!!
    Td mãe sente algum arrependimento q serve para reavaliarmos nossa postura. Amamos muito nossos filhos e queremos sempre o melhor...não é?

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    1. O importante é se perdoar!!! Obrigada por comentar sempre com carinho.

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    2. Cunhada, toda nossa vida é resultado de nossas escolhas... Podemos,sim, nos arrepender de algumas delas, mas não por conta da "maternidade tardia"... Foi o seu melhor momento, dentro das suas possibilidades e do seu entendimento... Assim, aproveite suas crias, celebre todas as conquistas deles (que também são nossas vitórias... rs)e ame, ame muito, como vc já faz. E muito bem feito!!!!

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    3. Cunhada, obrigada!!! Vc será sempre a minha melhor conselheira. Beeeeijos

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  2. Sempre pensamos que deveríamos fazer mais do que fazemos. Esse é o sentimento que move nossos corações. Amamos demais e collhemos no futuro, os frutos desse amor.adorei o texto! É exatamente assim que nos sentimos. Beijo!

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  3. Que a gente sempre se perdoe muito mais do que se arrepende! Isso é essencial!

    Também fui mãe tarde... com mais de trinta... e, assim como você, às vezes fico me perguntando se não seria melhor ter sido mãe mais cedo, pra acompanhar muitas coisas que hoje já não acompanho, ou não da maneira que eu gostaria, mas logo em seguida eu caio na real e também penso que tudo aconteceu na hora certa... Talvez a gente tivesse PIQUE, mas não tivesse VONTADE, não curtiria tanto quanto agora! Pense nisso!

    Um beijo grande pra vc, seu filhote e sua filhota! Amei a surpresa de vc ter vindo aqui! Amo seus textos, seus desabafos!

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  4. Obrigada pelo comentário e pela paciência... Ando devagar, mas chego lá !!! rs
    Beeeeijos

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  5. Que texto lindo!!! Amei o "Eu vivo arrependida"... Eu também fui mãe tarde, bem mais tarde! Depois dos trinta! Também pensei nessa mesma questão de ser jovem com os filhos, mas depois pensei que tudo tem o tempo determinado e aí acabei me conformando com isso.
    Adorei o seu texto!! Com toda certeza que mãe sempre acerta, até mesmo quando erra!! Muito grata por ter nos presenteado com um texto tão encantador!!

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    1. Ahhh, Obrigada, Maria José. Eu digo sempre isso ao meu filho mais velho: " Mãe está sempre certa." Ele já ri com a situação.kkkkkkk

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  6. Pode se perdoar. Muito melhor pecar por excesso do que por falta. bjkss

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  7. Quem escreveu fui eu rsrsrs Cristina Barata. kkkkkkkkkk

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    1. Valeu, Cristina!!! Eu vivo pecando e me perdoando!!! kkkkk

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  8. Como sempre, lindo e visceral!
    Você se desnuda de qualquer orgulho tolo ou vaidade em nome do amor.
    Texto nu com alma exposta.
    Sou teu fã, amiga.

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  9. Lindo o texto!
    Você é uma das mães, mais dedicadas e amorosas que eu conheço. Sempre acerta nas suas escolhas.
    Que diferença faz se não escolheu o picolé mais gostoso diante de tudo isso?? Rsrs
    Te amo! Bjos

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    1. Ah, vc é linda!!! E olha que o sabor do picolé foi só um exemplo, hein hahahhaha
      Bjs te amo muito.

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  10. Como mães queremos acertar sempre e isso faz com que sejamos extremamente rigorosas conosco. Esquecemos de que mãe é ser igual a qualquer um, susceptível a erros e acertos. Mesmo que a punição seja só nossa, nossos filhos nos consideram (quase)perfeitas! Mãe é a criatura mais admirada por eles, e eu acho isso muito justo porque nossa preocupação com eles supera qualquer outro assunto.
    Seu texto está maravilhoso. Um retrato bem escrito do nosso autojulgamento. Parabéns!!

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