quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Os grandões se arrumam sozinhos!!


A escolha de como se vestir foi meio traumatizante para mim, pois minha mãe sempre escolheu o que deveríamos usar, comprava o tecido e ela mesma costurava as nossas roupas, e tínhamos que gostar, afinal, onde já se viu pobre com direito de escolha, né!?!

Acredito que ela fazia isso com muito prazer, escolher os modelinhos dos nossos vestidos era uma alegria para ela, éramos seis meninas e ela nos vestia à moda "Dona Margarida". (risos)

Mas, um certo dia, eu não quis vestir o que ela escolheu para eu ir à escola, mas não disse nada, porque ela era muito brava e tinha que vestir o que ela determinasse, só que eu estava disposta a não aceitar, então fiquei revirando a mala de roupas (não tínhamos guarda-roupas), revirei tudo e ela presenciando caladinha, mexi nas roupas o quanto foi possível, e, claro, deixei tudo bagunçado! Passei pela tal roupa diversas vezes, mas não pegava porque eu queria outra!

Com isso, eu só consegui deixá-la muito irritada, aí ela perdeu a paciência e o pior: ela estava de cama, tinha ganhado nenê há três dias; resumindo: eu quase matei a minha mãe de tanta raiva por causa da minha pirraça. Ela se levantou, pegou uma corda e me deu uma surra! Foi a última surra que levei na minha vida, aos dez anos de idade! Inesquecível!!

Como mãe, eu sempre escolhia a roupa dos meninos. Sempre tive bom gosto quanto a isso, comprava muitas roupas que eu considerava lindas e andava com os dois bem arrumadinhos, meus dois rapazinhos... Como era prazeroso olhar para os dois, tão bem vestidinhos!! Por volta de seis, sete anos, eles queriam escolher a própria roupa, então eu os levava à loja e eles escolhiam o que gostassem, e já conseguiam "se arrumar sozinhos".

Depois de homens feitos, não gostam de ir à loja, então eu trago a loja até eles, e escolhem, mas, muitas vezes, vejo a roupa, acho a cara deles e já compro! Sinto que temos uma sintonia muito boa quanto à escolha das roupas! Sei que vão gostar! 

O Mateus é um pouquinho mais exigente na hora da escolha e até já faz umas comprinhas pela internet, mas só de camisas do time dele. Aliás, tem uma coleção de camisas do "Santos" e gosta também de escolher os calçados. Já o Elias é mais simples, qualquer paixão o diverte, não se importa muito com isso, tudo está bom para ele. 

Não precisam mais de mim quanto a esse assunto, já se viram sozinhos, afinal, são homens barbados, mas, muitas vezes, mando o Elias trocar de camisa porque achei que não ficou bom e dou os meus palpites. (risos)

Cuido do meu exército com muito carinho, vou às compras para todos eles: marido e filhos... e acaba dando tudo certo, afinal, é uma coisa de que gosto de fazer e não deixo de dar os meus palpites, acho que, no fundo, sou igual à minha mãe e sinto que precisam de mim. (risos)

                                                                                 (Maria José - mãe dos já grandões Mateus e Elias)

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Lembranças desta data...


Tenho muitas lembranças doces relacionadas à data de hoje, dia de São Cosme e de São Damião, e olha que não me refiro apenas aos inúmeros doces que eu ganhava neste dia! 

Desde bem miúda, eu me lembro de sair conduzida pela mão de mamãe, pelas ruas, em busca de doces! Já tínhamos até uma rota e íamos, certeiras, às casas de quem sabíamos que dava todo ano, religiosamente!  Eu voltava para casa toda feliz, cheia de saquinhos lotados de doces, que eu adorava descobrir o que tinha dentro e depois ia depositando tudo aquilo em um pirex, que ia direto pra geladeira! Comia doce todo dia e durava semanas! 

Uma vez enchi o saco de mamãe que eu também queria distribuir os famosos saquinhos, e consegui convencê-la! Fizemos bolo, compramos muita bala, pirulito, chicletes, doce de abóbora, cocô de rato, paçoca... Foi aí que eu descobri que se receber é muito bom, melhor ainda é doar! Me vi refletida no sorriso de cada criança que passava na rua e eu entregava, em nosso portão, um saquinho! 

Inesquecíveis também foram as vezes em que eu, Leonardo, Letícia e Pávula (amigos de infância) fomos à roça, com a queridíssima tia Cleonice! Enchíamos a sua Brasília caramelo de doces, brinquedos, alegria e animação e lá íamos nós adoçar um pouco a vida daquelas crianças carentes, de tudo! Todo ano elas nos esperavam e não há lição maior de caridade e amor ao próximo, que aprendi com ela! Trago em mim até hoje cada sorriso também! 

Hoje, infelizmente, todo esse costume se perdeu, seja pela crise, seja pela intolerância religiosa ou pela falta de sensibilidade mesmo! A data que eu tanto esperava chegar (mais até do que o Dia das Crianças) agora passa batida, que pena! Lamento por meu filho Miguel não ter tido a sorte de vivenciar momentos tão lindos e ricos que nem os que eu vivi! Uma parte de mim chora! 

E este ano nem o saquinho de tia Cleuza chegou até nós, nem os da vó paterna de Miguel. De doce, só mesmo cada lembrança... e que isso me baste! 

Penso que já sei me vestir, mas...

Mas heim?! Pois é, não é que a criança acha que já sabe se vestir sozinha?!

Pense no rapaz que quer colocar as calças pela cabeça, as blusas nas pernas e por aí vai... Então, é o meu pequeno quando não gosta do que eu escolho para ele e sai desarrumando tudo só para ter o prazer (para ele) de colocar o que bem quer.

Mas tenho que admitir que ele realmente é bom nessa tarefa de tirar as roupas, pois odeia panos, sempre odiou, sejam eles quais forem!

Ele já chega da escola arrancando os sapatos, as meias, tudo, até ficar nu... Fico me perguntando: Será que ele é um gogo boy e já com essa idade?! (risos) Pois bem, se for, acho que já terei que providenciar as águas ferventes para as mulheres e chumbinho para toda a comunidade! Hunft!

Brincadeiras à parte, é muito divertido observar qualquer criança tentando ser independente, e ficar olhando para ele, a minha cria, é beeeem mais prazeroso ainda! (mãe nada coruja eu, né?)

E ele gosta de se mostrar, vai até o espelho para falar com Pedro Ivo (superstições que não se pode falar o nome da criança, porque aí ela não fala, então apelidei a sua imagem de Pedro Ivo, e daí ele ainda não fala e eu só fiz foi confundir o pobrezinho, disfarça! rs rs rs). Eu só não posso pentear seus cabelos ruins (era tão lindo lisinho, mas agora resolveu ficar rebelde, aff), porque ele é vaidoso, e talvez seja só estilo esses cabelos despojados (bagunçados)! Ahh, e ele adora perfume... se deixar toma até banho! 

Estou cada dia mais louca para ficar fitando de longe, vendo meu homenzinho se vestir sozinho, cada dia mais seguro de si mesmo! 

 (Elizabeth Oliveira – mãe coruja do menino maluquinho LG)

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Olha como eu sei me arrumar, mamãe!


Muito engraçado quando a gente perde o poder de escolher as roupinhas que os filhos vão usar! A gente coloca tudo combinando, na moda, e sai toda orgulhosa exibindo a cria, aí de repente a criatura se rebela e quer decidir tudo sozinha! Pior quando a combinação se assemelha a uma roupa de palhaço ou de monstro do pântano e nada podemos fazer! Lá está a criatura se achando o máximo e irredutível, sem querer nem dar uma negociada! (risos) 

Muito pior é quando a figura cisma com determinadas roupas, e aí só quer usar aquelas! Vixe! Miguel andou assim em uma época e usou tanto a camisa do Fluminense que parecia até a segunda pele dele... A sensação que eu tinha era que era só ele assoviar que ela saía do gaveta e pulava no corpo dele, de tão depressa que eu olhava e lá estava ele, usando-a! Só Jesus na causa! Já imaginei até a cena: muitas pessoas ficando com pena porque "o filho da Dequinha está sem roupa e só tem aquela camisa, coitado!" e me fazendo doações! (gargalhadas)

Depois ele mesmo resolveu deixar um pouco de lado, para a minha surpresa e, claro, felicidade e alívio! (risos) Mas teve uma coisa que ele faz desde que se entende por gente: me pede pra cortar tooooooooooooooooooooodas as etiquetas das camisas... diz que incomoda e tal... e é um inferno! Depois eu fico que nem uma tonta sem ter em que tamanho me basear...

Lembro-me de uma vez em que fui fazer um rápido xixi e quando eu voltei Miguel soltou a pérola que intitula esse meu texto: "-- Olha como eu sei me arrumar, mamãe!". E ele estava hilário: usando uma blusa minha (que ficou um vestido nele) e usando meus saltos altos! Só faltou colocar batom pra parecer um traveco! E pior: não parecia estar brincando!!! Ele estava achando tuuuudo liiiiiiiiiiiiiiiiiiindo!!! Uma comédia!!! E que pena que não registrei esse tão hilário momento!!! 

(Andreia Dequinha - mãe do estiloso Miguel)

sábado, 24 de setembro de 2016

Os primeiros passos de muitos que virão...


Como é linda e inesquecível a fase dos primeiros passos dos nossos filhos! Inseguros ainda, eles se apoiam em tudo que está próximo, suas perninhas meio tortas e bambas ensaiam alguns movimentos para se locomover,  porém, ainda lhe faltam a firmeza e coordenação necessária para concluir o ato com perfeição. O aprender a caminhar é um dos maiores desafios enfrentados pela criança. Quando estão de mãos dadas com os pais, a história é outra;  não há problema algum e parece muito fácil, entretanto o pequeno guerreiro precisa vencer sozinho suas próprias batalhas...

Tombos, sustos, choros, nova tentativa uma, duas, três, quatro... Nós, espectadoras de carteirinha, vibramos na torcida por cada conquista. Tantas vezes assistimos às cenas. Engraçadinhos e determinados, eles não saem do foco, instintivamente,  até conseguir os primeiros passos dos muitos que virão em seguida...

Por três vezes acompanhei esse processo em minha casa: primeiro foram os filhos; Danilo e Patrícia;  anos depois,  Gabriel, meu neto,  vivenciava a mesma experiência do pai e da tia.

Danilo, medalha de ouro em precocidade, mostrou-se ansioso para explorar o universo que o rodeava. Quando percebi seu interesse e coragem em dar os primeiros passos, apoiei a ideia. Colocava-o em pé encostado à parede para que não caísse de costas, sentava no chão à sua frente com uma distância segura e o chamava até mim, sem tocá-lo. Ele encarava o desafio e vinha, movendo-se devagarzinho. Para mim, aquilo não passava de uma brincadeira, mas para ele aqueles exercícios eram sessões de ensaios cujos resultados  eu pude conferir logo depois que ele completou 9 meses. Isso mesmo: o apressadinho andou aos nove meses de idade sem engatinhar.  Adeus sossego, o mundo que o aguardasse!! Era um toquinho andando pela casa e quintal, explorando cada centímetro da sua área de conforto.  Não satisfeito totalmente, continuava a façanha  à noite ou  madrugada. Não esqueço o dia em que acordei assustada com ruídos de passos correndo de um cômodo a outro pela casa e quando fui verificar, deparei-me com ele.

Com a melhor das intenções e sempre pensando no melhor, compramos um andador que serviu depois para a irmã. Algumas quedas aconteceram, provando que o tal objeto deixava muito a desejar com relação à segurança, mesmo assim foi útil e atendeu as fases de ambos os filhos.

Em menos de dois anos, a chegada de mais um ilustre ser agitou o nosso ninho. A maratona começara novamente. Danilo, como um autêntico irmão  mais velho, ensinou algumas traquinagens para a parceirinha Patrícia, entre elas, como sair do berço. Agora nada mais a detinha! Em seguida,  tratou logo de aprender a engatinhar; mais tarde, caminhar; e finalmente, correr... Ela andou aos dez meses de idade e aprendeu a falar cedo também (Lógico! Tinha distribuir o seu arsenal de argumentos o mais rápido possível). Utilizei o método da parede com ela e deu certo também. Pequenina e espertinha, a figurinha acompanhava o irmão e ambos  se lançavam nas aventuras deixando toda a família de plantão com o coração em pulos.

Gabriel, quando chegou (Vinte anos depois) fez a diferença e tornou-se o centro das atenções. Rodeado de cuidados e mimos, não fugiu à tradição do pai e da tia, igualmente andou logo, por volta dos dez meses de idade. Fez uso do andador algumas vezes, caiu, levantou-se e foi desbravando o seu território,  cheio de  graça e sabedoria , encantando-nos a cada dia.

Enfim, andar e falar: dois verbos que Danilo, Patrícia e Gabriel aprenderam a conjugar antes de completar um aninho. O futuro tornou-se presente como num passe de mágica. Aqueles passinhos, tão bem ensaiados; aquelas primeiras palavras balbuciadas,  evoluíram;  hoje pisam firmes e confiantes nos bons caminhos que eles mesmos constroem e suas palavras são as chaves que definem o contínuo e recíproco diálogo com a vida.

                                     (Zizi Cassemiro – Mãe do Danilo e da Patrícia; avó do Gabriel e do Johnny)

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Primeiros passos... Tempo feliz!


Não há nada mais gratificante para uma mãe do que contemplar os primeiros passos do seu bebê. É um grande momento na vida deles e como é bom estar junto para viver essa sensação tão contagiante!  É o momento deles, de independência, de grande conquista!

Não tenho muitas lembranças de todos os detalhes dessa fase, afinal, eles já estão velhos (risos), mas sinto saudades daquela época e lembro que o Mateus deu os primeiros passos por volta de onze meses, já o Elias foi um pouquinho mais adiantado, já que com dez meses estava andando.

Não comprei andador, o Elias é que não perdeu tempo, quando em uma de nossas viagens viu o andador do primo logo quis dar umas voltinhas! Se divertiu bastante e eu aproveitei o momento para tirar a foto.

Cada fase é tão diferente da outra, mas eu não esqueço a famosa  frase que diz: "Criar filho é igual  jogar vídeo game, a próxima fase é sempre mais difícil". Não sei se isso se aplica a todos os casos, mas sinto falta de quando eles ainda eram bem meus! De quando estavam totalmente dependentes de mim, como no caso dos primeiros passos. Hoje, saem para o futebol, fico preocupada, um pega o carro e vai para o cinema em outra cidade, viaja com uma turma de amigos para outra cidade e chega no outro dia. Haja coração!!! Que saudades dos primeiros passinhos!!... 

E olha que eles não me dão trabalho, são meninos excelentes, filhos maravilhosos, mas sempre há as preocupações. Acho que já estou vivendo uma fase de saudades, mesmo eles estando comigo todos os dias. (risos)

"O que me consola na minha angústia, é isso: que a tua palavra me vivifica". 
(Salmos 119:50)

                                       (Maria José - mãe saudosa de uma fase inesquecível de Mateus e Elias)

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Primeiros passos...


Esse foi o período mais louco para mim... Tudo para mim era novo demais, até mesmo seu andar, porque ele nasceu com uma abertura na coluna que poderia interferir em sua locomoção e ele, como sempre gostou de me deixar nervosa, veio a andar com 1 ano e uma semana... aliás, andar não, porque o foquetinho quis logo correr... Lógico que teve os seus ensaios, sempre com passos curtos e lindos, mas eu vibro com cada coisa que ele faz mesmo!!! 

Ele começou andando no quarto dele, sempre com o sorriso no rosto, depois fez novamente na varanda e caiu, e eu me lembro muito bem de que quase tive um treco!!! (coisas de mãe velha)

Mas ainda me lembro de que estavam em casa a minha prima e a madrinha dele, todos vibrando com a nova conquista do pequeno! Ele sempre teve um lado meio louco, pulando etapas, mal engatinhou, talvez por medo da mãe, já que demorei a comprar andador por sempre falarem que faz mal e blá-blá-blá... Porém, hoje em dia, ele às vezes engatinha (e eu não brigo, pois me disseram que faz bem para o cérebro, então partiu engatinhar... risos) e anda nas pontas dos pés, mas não reclama de andar, só levanta os braços para que alguém o pegue (acho que é preguiça herdada da mãe).

Sei que o seu caminho será longo e sua caminhada sem fim, então o quanto eu puder poupar suas pernocas finas eu certamente o farei! E com prazer!

(Elizabeth Oliveira – mãe coruja do andarilho  LG)

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Primeiros passos: passo a passo!


Acho que ele puxou a mim, pois, segundo mamãe, comecei a andar um pouco depois da minha festinha de um ano. Aliás, acho que muitas crianças fazem isso. Parece que o primeiro aninho serve como inspiração para se libertarem... Freud de repente até explicaria! Ou não.

Na festinha de um ano ele ainda não andava, não sozinho, mas lá ia ele todo durinho, metido e apressado se alguém lhe desse a mão e, por conta disso, teve um monte de "participação especial" de várias mãos nas fotos, especialmente, claro, da minha! Ahhhh, e dos meus joelhos também! (risos) 

Parecia implicância ou provocação dele, pois, uns quinze dias depois, no máximo, ele começou a andar, de fato. E foi um período muito legal, divertido e tenso também! Ele segurava nas paredes e nos sofás e soltava as mãos... rindo... corajoso... e dava umas duas ou três passadas, no máximo.

Lembro-me de que um dia estávamos numa festinha na casa da minha amiga Lucimara Secco e ele deu uma, duas, três, quatro, cinco, seis, umas sete passadas, tudo isso porque queria ir brincar com as crianças maiores e nem eu, nem o pai, nem a vovó Marisa queríamos levantar para levá-lo até lá! Nada como um estímulo a mais... Comemoramos! E lá foi ele, pela mão, brincar conforme tanto queria!

Gozado era ele dar as passadas no quintal, na calçada, e toda hora caía. Se levantava. Limpava as mãos, com arzinho de nojo, e recomeçava, a não ser quando via uma pedrinha ou um galhinho ou um manga-filhote perdida no chão, aí isso acabava desviando a sua atenção mesmo).

Como sempre fui meio avessa a andadores, por achar que, além de arquearem as pernas (como aconteceu com os meus canicinhos!), também tornam as crianças mais preguiçosas, não comprei, mas como minha amiga Mariana me emprestou, o colocava uma hora por dia. Na minha visão, isso não ajudou nem atrapalhou. Foi só uma forma diferente de ele firmar as suas passadas e se preparar para as suas futuras andanças... Emocionante mesmo foi vê-lo conquistar coragem, um pouquinho a cada dia, e começar a sua caminhada, literalmente (fora, claro, o medo de ele cair com força e se machucar, se ralar... coisas de mãe preocupada e zelosa).

Saía pelo quintal afora, se esbaldando, descobrindo um novo caminho sem precisar do auxílio de ninguém! E logo depois já estava abusando e correndo... ralando os joelhos... ficando com galos e manchas roxas... e haja gelinho e Merthiolate! E haja susto e coração! Afe! 


Como os primeiros passos são marcantes! Acho que muito mais pra gente que é mãe do que para eles, por conta de toda a simbologia que eles trazem! Ali começa uma longa caminhada... e eu espero que Deus me permita estar presente na vida dele para acompanhar vários outros passos... tantos... sempre corajosamente... e que ele caia muito pouco! Amém! 

(Andreia Dequinha - mãe do caminhante Miguel)

sábado, 17 de setembro de 2016

Ídolos e heróis legítimos



O contato com o mundo da fantasia começa bem cedo quando os pequenos são colocados diante de uma colorida e animada telinha e assistem às mais diversas  histórias movidas por seus múltiplos personagens. Os poderes que cada um deles possui, revelam-se nos momentos das batalhas, dos desafios, dos salvamentos. Os olhinhos atentos acompanham as cenas e torcem para que a vitória esteja do lado daquele que demonstrou possuir habilidades especiais que sobressaem aos demais.

Embora os episódios sejam inéditos, os enredos se repetem porque, na verdade, não existe uma intenção de desmitificar ou de destruir a figura de um herói. Esses personagens com sua eterna busca da superação, além de alimentar e  de motivar a imaginação das pessoas, vão além do entretenimento: o fascínio pela atuação dos super heróis contribuem para a  formação da personalidade da criança; ajudam na compreensão do mundo, apresentam  valores morais estabelecendo a distinção entre o bem e o mal, estimulam o senso crítico, ensinam responsabilidades, mostram as prováveis consequências para atitudes inadequadas e, quem sabe,  podem até revelar as iminentes façanhas dos nossos super-filhos-heróis.

Enquanto eles se espelham nos atos heroicos do mundo ficcional, traçam enredos reais em nosso cotidiano, revelando suas capacidades criativas e físicas diante de outra tela denominada olhos maternos: a minha princesa, por exemplo, não é a Mulher Maravilha, mas possui coragem de sobra para enfrentar desafios, é poderosa com as palavras no sentido da exatidão e da persuasão, discernimento e inteligência guiam suas decisões,  e um ingrediente extra a torna ainda mais especial: uma  sensibilidade aguçada conhecida como sexto sentido completa seu perfil heroico.  

Meu príncipe também não é o Homem-aranha, mas sobe em paredes, muros, árvores e telhados rapidinho; não é o Batman, mas cria estratégias perfeitas para driblar os adversários; não é o Super-homem, mas já voou de cima do guarda-roupa para a cama; não é o Hulk, mas aos 7 anos conseguiu quebrar uma cama de madeira maciça; não é o Flash, mas soube ser ligeiro quando perseguido pelo trote escolar; não é o Capitão América, mas haja reflexo (ou sorte) para escapar dos tombos do fogão e sair debaixo sem um arranhão ou fraturas; não é o Thor, mas sua mãozinha pesada era como um martelo que reduzia a cacos alguns vidros e o box de banheiro, além dos brinquedos, móveis, louças; não é o Homem Invisível, mas conseguia escapar aos olhos da mãe, pai, avós e tia em lugares públicos, não é o He-man, mas sua infinita força se expressa na coragem,  determinação e compromisso com os objetivos, além da dedicação e do amor incondicional pelas pessoas que compõem o seu coração.  

Filhos, nossos legítimos ídolos e/ou heróis.  Por eles qualquer sacrifício é aceito, sem hesitação, como um desafio pertinente.  Por eles valem as noites sem dormir, as olheiras, as dores passadas, o cansaço, as lágrimas, a correria, os nervosismos, as preocupações,  porque sabemos que eles são, literalmente, o motivo da nossa alegria, o ingrediente que dá sentido ao amanhecer, o brilho do nosso olhar, o pretexto para o sorriso, nossos melhores troféus, as maiores vitórias, a  incrível continuação do nosso ser...

(Zizi Cassemiro – Mãe dos super-heróis: Danilo e Patrícia; avós dos Heróis-mirim: Gabriel e Johnny)

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Personagens e criatividade... Diversão garantida!


A princípio, achei bem difícil escrever sobre o tema, mas o encarei como um desafio. Confesso que não poderia me sentir mais feliz, pois percebi que existem mil e uma maneiras de ser a "Mãe maravilha", e que, entre todos os poderes da maternidade, mesmo com todos os compromissos do cotidiano, o grande desafio é estar sempre atenta a tudo, até mesmo às pequenas coisas, como: gostos e preferências dos nossos filhos, pelos personagens do mundo do cinema, esporte, música...

Não quero usar a palavra "ídolo", para definir a minha preferência musical da juventude, até porque isso já faz muuuuito tempo! Mas eu era imensamente apaixonada pelo cantor cearense "Raimundo Fagner". Quem me conheceu naquela época, mesmo sem me ver há anos, com certeza se lembra de mim quando ouve alguma música dele. Não tenho dúvida nenhuma de que eu sou "inesquecível" para algumas pessoas, por causa desse cantor cearense. (risos).

Os meus filhos sempre comentam sobre personagens de que gostam e, na maioria das vezes, têm "prediletos" em comum; de alguns eu sempre soube, mas confesso que me surpreendi com alguns que eu nem imaginava de que gostavam. O Mateus desenhou alguns dos quais  gosta muito, dentre eles: "Frank Lampard" e Pter Cech" do futebol internacional. Eles gostam do "Neymar', "Ganso" e "Ronaldinho Gaúcho". O  Elias ainda acrescentou à listinha: "Reus", da Alemanha, e "Totti", da Itália, e não esqueceu também "Kobe Bryant" e "Curry", ambos do basquete internacional.

Quanto aos personagens da infância, sempre gostaram muito do seriado "Chaves", e o Mateus, sempre com muito gosto pelo desenho, não deixou de desenhar o "Seu Madruga". Recentemente, desenhou: "Marcus Fênix", "Finch e Reese", "Walter White", "Rick Grimes", "Kilua" e "Avatar Aang". Eles curtem também o "Batman", "Homem aranha", e "Flash". Nos desenhos não esqueceram de "Homer" dos Simpsons.

Ambos são torcedores do "Santos", mas o Mateus é mais fanático. Ele tem uma coleção de camisas, e personalizou uma caneca com detalhes santistas. Além disso, não perde a oportunidade de ir ao estádio quando o "Santos" vem jogar em Cuiabá.

Já se divertiram muito em todas as fases da vida deles, mas o Elias mostrou-se mesmo uma figura em termos de diversão e criação de personagens! Aprontou todas, mas o episódio mais marcante foi o dia em que criou um personagem para ele. De repente disse: "-- Mãe, eu sou o Joelson"... Levei o maior susto! Meu Deus! Que Joelson? Até hoje eu não sei onde ele achou isso, mas cismou que esse agora seria o seu nome. E a brincadeira era, na verdade, a cara dele! Os colegas ficaram sabendo e foi muito engraçado, porque alguns já o chamavam pelo novo nome, e ele continuava afirmando que o nome dele não era Elias. Isso durou meses, até ele conhecer um menino chato chamado "Joelson", aí sim desistiu do nome. Hoje só existe a lembrança de um fato que rendeu gargalhadas. Sempre achei que ele se baseou no filme "Meu nome não é Johnny", pois isso aconteceu mais ou menos na mesma época. Mas ele disse que não. (risos)

A alegria dos nossos filhos é, na verdade, a nossa maior fonte de felicidade, vê-los felizes não tem preço, e eu posso dizer que esses meninos são felizes, divertidos,  criativos, eternos brincalhões! E eu sou a mãe coruja, cúmplice, parceria pra vida toda! 


"Grandes coisas fez o Senhor por nós, e, por isso, estamos alegres." 
(Salmos 126:3)

                                                    (Maria José - mãe dos eternos brincalhões, Mateus e Elias)

terça-feira, 13 de setembro de 2016

-- Eu sou todo poderoso, deixa comigo!


Às vezes observo o meu pequeno brincando, assistindo a seus desenhos favoritos e se achando o verdadeiro super herói...!!!!!! Atualmente ele se divide entre dois: o "Cat Noir" (de uma série de animação chamada "As aventuras de Ladybug") e o "Ryder" (da "Patrulha Canina").

Quando é o primeiro, ele corre como se fosse defender a casa dos vilões e joga o cataclismo do gatinho para a Lady Bug libertar o acuma (um poder do mal dito pelos chineses) para ele se tornar uma borboletinha linda e inofensiva, e, logo em seguida, corre até as pessoas para fazer o sinal que está tudo correto – o famoso "zerou" -- fechando com um soquinho na mão...


Em outra ocasião, quando ele é o segundo, aí pega seu capacete, sobe em sua moto e, com a mãozinha, aponta para que os cachorros possam ir para o farol a fim de cumprir suas missões de defender a galinheta, as colheitas, os barcos furados e por aí vai... Pronto! Começa a correria pela casa e que não tem mais fim!!!!!!

A parte de que mais gosto desses desenhos é o despertar. Sim, pois descobri a maneira mais simples de tirar o dorminhoco da cama para ir para a escola: é só colocar um dos desenhos no celular que o rapaz levanta em segundos... Mas como pode????? Não estava dormindo????? (risos)

Vai entender as crianças...  ainda mais o meu, que é pimenta...

 (Elizabeth Oliveira – mãe do super herói – LG)

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Só sei que o MEU ídolo é ELE!


Um dos temas mais difíceis pra mim, até agora! Não consegui detectar, ainda, nenhum ÍDOLO (assim com letras garrafais) do Miguel, e temo que isso não seja só porque ele ainda é uma criança de 7 anos (sei que depois a coisa só piora), mas porque tem faltado mesmo ídolos a essa garotada! E como isso me preocupa! Bastante! 

Comecei a vasculhar a minha memória a fim de encontrar meus ídolos quando eu tinha a idade dele. Nadinha. Nenhum registro. Simony e a Turma do Balão Mágico? Talvez, no máximo. Menudos? Curtia muito e como dancei o "Não se reprima", dentre outros. Mesmo assim, acho que nem chegou a ser bem um ííííídolo! Aí fui me dar conta de que ídolo mesmo eu só fui ter mais tarde, com a Clarice Lispector e com o Ayrton Senna, principalmente quando ele morreu e da falta que ele fez em cada manhã de domingo. 

Talvez Miguel tenha chegado um pouco perto do conceito de ídolo nos vários meses em que curtiu, por exemplo, o tal de "Ben 10" (pra poder ser dono de poderes alienígenas e daquele relógio maneiro) ou do "Homem Aranha" (e sair por aí pelas paredes jogando suas poderosas teias), de repente ele também já quis voar como o "Super Homem", não sei! Superpoderes sempre são convidativos para as crianças... seduzem mesmo... mas nunca ouvi Miguel desejando ter um ou outro superpoder em especial, sinceramente. Acho que, no fundo, com toda sua sabedoria infantil, ele sabe que o melhor superpoder é aquele que é real e é o saber estar atento a tudo e a todos, pra não se deixar passar pra trás. O resto é resto!

Por essas e outras que, hoje, além de Jesus Cristo (que dispensa comentários) e Clarice Lispector (minha eterna musa), cada qual ao seu modo, o meu ídolo é ELE! O meu Super-Miguel, dono do melhor dos superpoderes do mundo, que é o de me cativar diariamente e de me fazer querer ser sempre melhor, uma espécie de "Mulher-Mamãe-Maravilha", com quem ele pode e poderá sempre contar, principalmente nos momentos em que ele estiver em apuros!  

(Andreia Dequinha - mãe do super herói real Miguel)

domingo, 11 de setembro de 2016

De paleontólogo a chefe de cozinha


Tenho observado que a geração de crianças que nasceram de 2000 em diante possuem um interesse maior pelos animais gigantes, tanto os répteis quanto os voadores que habitaram o planeta antes da chegada do homem.

Gabriel, meu neto com mel, nascido em 2004,  faz parte desse grupo. Em 2007, despertou o fascínio pelos monstros quando assistiu pela primeira vez ao filme King Kong lançado em 2005. O pequeno loirinho de cabelos encaracolados quando viu o bichos gigantes que apareciam no filme, encantou-se de uma  tal maneira que quis rever e rever durante muitos dias. Comecei a procurar outros filmes e desenhos com o mesmo tema (dinossauros) para suprir sua curiosidade. E não parou por aí:  todas as reportagens que passavam na TV sobre o assunto, lá estava ele, muito atento, acompanhando e consumindo cada informação. Comprei livros diversos ilustrados, jogos, DVDs, brinquedos, maquetes,  roupas e meias com o tema.  Seu quarto parecia um vale dos dinossauros. Além disso, Levamos o Gabriel para exposições de dinossauros, parque temático...tudo o que eu encontrava falando em dinossauro, eu trazia para casa e ele fazia a festa. Aliás, o seu aniversário de 4 anos foi totalmente decorado com o tema dinossauro. E nessa época não era fácil encontrar uma decoração dessa, pois as crianças estavam acostumadas com os personagens tradicionais, como super-heróis ou Disney.

Quando questionado sobre a provável profissão no futuro, ele afirmava com veemência que seria paleontólogo. Pudera,  tão pequeno e já sabia MUITO sobre eles: diferenciava os herbívoros dos carnívoros, sabia o nome e as características de TODOS que conhecia. Sempre nos surpreendia com seus comentários e explicações.  Esse contexto durou anos e anos.  Para mim, já estava definido qual seria sua profissão.

Assuntos gerais relacionados ao meio ambiente sempre atraem a atenção do meu paleontólogo preferido. Ele conhece muito sobre bichos e plantas, tipos de solo. Fica preocupado com a preservação da natureza e se revolta quando vê reportagens que mostram a má atuação do homem com os recursos naturais. Eu sinto que vem dele essa tendência e amor pela terra e a criação em geral. Não posso me esquecer de mencionar que o Gabriel, tanto quanto eu, adora os felinos, sobretudo, gatos.

Entretanto, esse prodígio de menino, com nome de anjo e coração de ouro, cresceu e não ficou limitado às questões do Meio Ambiente e Ecologia. Há uns dois anos demonstra grande interesse por gastronomia. Assiste ao programa “MasterChef” sempre que pode, pesquisa receitas na internet, imprime e as prepara com perfeição. Eu confesso que sempre estou por perto quando ele  decide preparar algo,  porque tenho receio de que se queime ou se machuque, afinal ele só tem 12 anos atualmente e desde os 10 decidiu aprender a cozinhar. Por várias vezes, afirmou que seguirá a carreira gastronômica e quando prepara algo, dá para perceber o brilho em seu olhar. Ele ama cozinhar, principalmente as novidades.

Fico imaginando de onde vem esse interesse e prazer em preparar os alimentos e chego a conclusão de que seja uma mistura da atuação de duas pessoas muito ligadas a arte culinária: a mãe dele e esta avó coruja, pois igualmente amamos fazer bolos e quitutes e oferecer àqueles que estão por perto...

Paleontólogo, biólogo, ecologista, veterinário ou Chefe de cozinha? Muito cedo para obter uma resposta exata. Menino ainda para se definir como profissional, mas,  ao mesmo tempo, um homem com habilidades e competências diversas para atuar com excelência no campo decidido por ele quando chegar a hora. Estarei lá, se Deus permitir, para aplaudir de pé essa vitória que também é minha, é nossa...
                                                              (Zizi Cassemiro - avó-superlativa do competente Gabriel)

sábado, 10 de setembro de 2016

O que revela uma caneta?


Disseram-me, certa vez, que quando a criança completa 1 ano de idade, é o momento ideal para saber qual será sua futura profissão. Para isso, em frente da criança sentada, deverão ser colocados vários objetos que representam funções ou profissões. Aquilo que ela escolher para brincar naquele momento representará seu futuro como profissional.

Quem sou eu para questionar uma afirmação de cunho popular?  Tantos  exemplos  mostram que a sabedoria antiga superou fundamentos científicos com suas teorias efêmeras. Além disso, a curiosidade sempre está presente no atento olhar das mamães. Não custa nada fazer o teste...

Movida pela ideia da previsão, rodeei os meus pequeninos com canetas, papéis, brinquedos  e objetos diversos para ver como reagiriam diante deles. As crianças, geralmente, sentem-se atraídas pelo perigo. Que mal pode haver em um objeto fino, leve e pontiagudo? Uma caneta escreve cartas, traçam planos, desenha, informa, relata, descreve, opina, mas também fura, cutuca, prende, machuca... 

Continuei na estaca zero, já que QUASE todas as profissões utilizam a caneta em algum momento. A primeira tentativa de preceder o futuro dos meus filhos deixou-me sem resposta definida. Porém, abriu espaço para outra dúvida: e se essa escolha fosse apenas uma pista para mostrar que eles seriam pessoas apaixonadas pela expressão verbal escrita? Só o tempo me traria essa resposta um dia. Só me restava arquivar tal experiência e botar um ponto final nessa ansiedade antes que ela me escravizasse.

Três anos depois, um fato traz à tona minha curiosidade: Danilo encontra o relógio de pulso do pai e o observa atentamente. Fica intrigado com os movimentos dos ponteiros e com o barulhinho que ouve lá dentro. Abre, então, a caixa de ferramentas do pai, retira o martelo e o utiliza para quebrar o vidro do relógio. Quando ouvi as pancadas provindas lá do quarto, corri e me deparei com a cena. No primeiro momento, minha reação foi de surpresa e indignação e,  sem hesitar, questionei sua atitude e falei que não era certo estragar as coisas do pai. Ele me respondeu que fez aquilo porque queria ver como funcionava por dentro. Fiquei emocionada e sem palavras. Abracei o meu (talvez) futuro engenheiro.

As folhas dos anos mudavam de páginas de forma rápida e silenciosa...

Danilo antes de aprender a ler e escrever, gostava de desenhar e fazia isso muito bem. Seria um futuro desenhista, projetista, arquiteto, artista plástico? Também era dotado de talentos musicais: desde pequeno tinha muita habilidade em lidar com os brinquedos que reproduziam sons: pianinhos, violões, flautas; na adolescência continuava apaixonado pelos instrumentos musicais. Ganhou, então,  um violão da avó paterna e ingressou no curso para aperfeiçoamento. Depois, junto a outros amigos com gostos afins, formou um grupo de rock no qual ele era o guitarrista. Concomitante a esse gosto artístico, ele interessou-se também por artes marciais e estudou Kung Fu durante alguns anos, chegando à faixa preta. Com competências distintas: na arte, na música e na luta marcial, ficava difícil antecipar que caminho ele seguiria para definir o seu amanhã. Mas, pelo jeito, ele estava apenas exercitando alguns dos seus domínios, visto que, no Ensino Médio, optou pela eletrônica e seguiu uma linha paralela na faculdade: cursou engenharia elétrica e formou-se em 2010. Penso que agora o meu querido e dedicado engenheiro já deve ter descoberto como funciona o mecanismo interno de um relógio de pulso.

A Pequena Notável ou Grande Miúda, denominações que costumo definir a Patrícia, é dotada de uma sensibilidade aguçada e características peculiares que vão além do meu entendimento. Desde pequena demonstrou que era determinada e tinha personalidade marcante. Aprendeu a falar antes de completar um ano e adorava dialogar com outras pessoas, principalmente com os idosos. Quando eu percebia que ela não estava dentro de casa, sabia exatamente onde encontrá-la: na casa dos avós paternos conversando com eles e com uma outra senhora que morava junto (D. Cinira) ou com outros idosos que moravam vizinhos. Uma menina com ideias maduras encantam as pessoas. Tinha argumento para tudo e sabia defendê-los com  maestria impecável. Cheguei a pensar que seria uma advogada por gostar tanto de argumentar e defender o que considerava correto. Mas essa propriedade de escutar, compreender e de ajudar o outro com palavras não se limita a área do Direito, vai mais além. Um dia, quando questionada sobre sua profissão futura, ela afirmou que queria ser psicóloga.  De certa forma, isso justificava sua destreza com as palavras e a interação com as pessoas.

Na escola, as redações continham ideias maduras e bem fundamentadas e isso causava um transtorno em sala de aula porque a professora se recusava a dar nota, alegando que seria impossível uma criança de 8 a 10 anos possuir uma visão crítica naquele nível. Consciente de sua capacidade de expressão, minha pequena criança resolveu sozinha esse dilema: pediu que a professora selecionasse qualquer tema para uma produção textual que seria feita naquele momento e em sua frente e, assim, pôde provar do que era capaz. Desafios nunca assustaram essa menina corajosa com talentos especialmente voltados para a área de humanas.

Em casa, sempre antenada: Patrícia acompanhava as minhas correções de provas ou redações dos meus alunos e, de acordo com as  respectivas notas, disfarçadamente,  ela desenhava carinhas sérias, felizes ou tristes nas folhas deles. Isso causava reações adversas em sala de aula e eu tinha que me justificar perante eles. Eu teria em casa uma futura professora?  Quem sabe...

Ela cursou Ensino Médio tradicional e, ao mesmo tempo, fez curso técnico voltado para a área de edificações. Desenvolveu, a partir daí, um gosto pela arquitetura e urbanismo. Apaixonou-se, também, por projetos sociais ou associados ao meio ambiente e ecologia. Saiu de casa e foi fazer faculdade pública em outra cidade a quilômetros de distância durante cinco anos. Voltou formada a minha geógrafa. No início da carreira, chegou a lecionar durante um ano e meio, pois seu curso a habilitava tanto para a licenciatura quanto ao bacharelado. Na primeira oportunidade de exercer a segunda opção, ela não hesitou e largou as aulas para atuar como geógrafa em empresas. Foi convidada a trabalhar em outro estado (Pará) exercendo seus conhecimentos no estudo do ambiente para a construção de uma nova hidrelétrica no rio Xingu, em Altamira. Embora eu tenha ficado extremamente preocupada com essa viagem longa e a estadia durante vários meses, eu acatei a decisão dela e dei o apoio necessário. Quando terminou o trabalho lá, foi transferida para São Paulo e voltou a ficar perto de mim, o que me retomou o fôlego.

Reconheço que aquela caneta, que fora o objeto escolhido pelos meus dois filhos, não deixou de ser uma referência às suas formações profissionais: hoje, enquanto ele assina documentos, fecha contratos  e traça projetos para serem desenvolvidos; ela esquematiza mapas, estuda as condições e possibilidades ligadas à terra e,  nas horas vagas, discorre suas ideias  em verso ou prosa através da legítima veia poética que possui naturalmente...
       
(Zizi Cassemiro -  mãe do engenheiro Danilo e da geógrafa Patrícia; avó do Gabriel e do Johnny)

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Profissão, criatividade e diversão: Uma mistura perfeita!


Eu sempre quis ser professora e me casei com um professor, então já deu para perceber que o assunto aqui em casa sempre foi voltado para a Educação, mas confesso que, se eu não tivesse às portas da aposentadoria, daria um rumo diferente à minha vida profissional, e uma das opções seria a Psicologia, porém é tarde demais! Não demora muito e logo estarei fazendo parte da lista dos aposentados! Só esperar para comemorar!

Os meninos nunca brincaram de ser professor (risos), tiveram uma infância e adolescência cheia de aventuras, criavam personagens, falas, cenários e gravavam muitos filmes... Com isso, eu gastava horrores comprando metros e mais metros de TNT de todas as cores, fita adesiva, tintas e pincéis para  montarem o cenário. Eles se divertiam com amigos, fazendo entrevistas e improvisavam o microfone. O Elias era o entrevistador, e Mateus, o cinegrafista, depois  editava tudo, e o resultado era incrível! Fizeram muitas entrevistas lá no Nordeste, em uma de nossas viagens e foi o maior sucesso! Todos amaram a criatividade deles! Brincavam de "polícia e ladrão" e gravavam tudo. Tiravam onda de fotógrafos também, mas só com poses engraçadas! A diversão era mesmo  garantida! É uma pena que os filmes se perderam ao longo do tempo e eu fico até triste quando me lembro disso.

Por causa desses divertidos episódios, o Mateus queria ser cinegrafista e pensava em gravar vídeos para o Youtube, chegou até a postar alguns, mas depois o entusiasmo passou. Queria ser jogador de futebol, mas também não foi possível e agora que já está velho, sem chances! Continua jogando futebol, pela brincadeira mesmo, para se manter em forma e pela a alegria de estar com os amigos. Nas horas vagas, ele trabalha com estampas em camisetas e canecas personalizadas, aprendendo também a ter o próprio negócio. Além disso, ele tem um talento incrível para desenhar, e já faz isso, profissionalmente. Ele faz a foto das pessoas e sai perfeitinho! Está sempre com uma listinha de pedidos.

Nunca quis fazer nada referente à Saúde e à Educação, ma,s por ironia, está trabalhando em uma escola, no laboratório de informática. Atualmente faz o curso de "Ciência da computação" em uma Universidade estadual, mas o grande sonho dele é fazer "Designer Gráfico". Não sei se vai fazer algum dia, pois o lugar mais próximo que tem o curso é Goiânia. Quem sabe um dia...

O Elias quis fazer "Arquitetura", mas logo passou a vontade! Quis ser jogador de futebol, até fez um teste para goleiro e passou, mas tinha que ir para outro estado e interromper os estudos, então achou melhor continuar estudando. Atualmente, trabalha numa empresa de álcool e açúcar, fazendo "O jovem aprendiz". Assim como o irmão, faz o curso de "Ciência da computação" e faz também "Educação física" (semipresencial). Bem difícil conciliar o trabalho e duas faculdades, mas vamos ver o que acontece. São meninos extremamente responsáveis e dedicados. Fico bem feliz porque desde bem cedo já estão conhecendo as responsabilidades e o valor do trabalho!

Estou aqui na torcida, em constante oração, para que realmente tenham sabedoria na hora de tomar decisões. Uma escolha profissional consciente faz toda a diferença. É muito importante conhecer todos os aspectos referentes à profissão que almejam, afinal, cada uma delas tem o seu lado agradável, mas não deixam de existir também os espinhos. Por isso é fundamental que o jovem tenha uma postura de investigador, para que não haja frustração!

Com certeza podemos dizer: "Até aqui o Senhor nos ajudou" (I Samuel 7:12)

                                                                   (Maria José - mãe dos criativos meninos Mateus e Elias)

terça-feira, 6 de setembro de 2016

As profissões do LG...


Toda mãe que se preze sonha que seu filho tenha um futuro melhor do que o dela, que ele tenha um bom emprego fazendo o que gosta e ganhando por isso... então por que eu seria diferente, capaz de fugir dessa aventura, heim?!?

Acho que ele passará por todas as etapas que toda criança passa! Eu o vejo sempre grudado nos carros de bombeiro...  aí acho que quer ser um (copiando um dos dindos ), mas aí em outro momento pego a criatura com estetoscópio tentando escutar o coração de todos dentro de casa e até das paredes, mostrando que já sabe trabalhar no SUS (brincadeira!!). 

Seja qual for a sua profissão escolhida, é claro que irei meter o bedelho, porque isso já faz parte de minha chatice, afinal, que graça teria se eu não desse meu palpite?!? Sou mãe, oras!! (risos) Mas sei que o que ele escolher fará com muito empenho e capricho, pois como esse menino já chato e metódico com as coisas dele, afe!!! Experimente tirar qualquer coisa do lugar que ele já vem dando esporro e, é claro, levando outros. (risos) 

Meu pequeno será graaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaande no que ele escolher. Eu, como mãe coruja e apaixonada que sou, aqui profetizo.

(Elizabeth Oliveira – mãe coruja do LG)

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Ele já quis ser taaaaaaanta coisa!


Mais ou menos com a idade do Miguel, eu queria ser professora e veterinária, depois mudei de ideia e queria muuuuuito ser advogada, tanto que prestei até Vestibular para isso. Depois pensei em ser psicóloga, exatamente nesta ordem! Por ironia do destino, acabei sendo professora, meu primeiro desejo, e deixando adormecida a vontade de estudar Psicologia (quem sabe um dia?!?). Já o Miguel já quis ser tanta coisa que eu acho que já até perdi a conta! Mas vamos lá tentar relembrar, pelo menos o que for possível dentro dessa minha mente cada dia mais desmemoriada! (risos)

A primeira que ele quis ter, pelo que eu me lembre, foi a de GARI, porque todo santo dia ele conversava com um senhor que varria a nossa calçada! (risos) Fui obrigada, na época, a comprar para ele uma pá, um ancinho, uma vassoura, um rodo, luvas e até sacos pretos, de lixo! Ele, então, "ajudava" a minha mãe a varrer o quintal, todo dia, religiosamente. Depois mudou um pouco, dizendo que queria trabalhar no caminhão de lixo, para o qual olhava encantado! Mas, enfim, ficou no "lixo" um bom tempo! kkkkkkkkkkkkkkkk

No segundo ano de escola, trabalharam o tema "Profissões" e lá veio o desenho dele, traduzido pela "tia": ele queria ser MOTORISTA DE TRENZINHO. Isso porque, provavelmente, ele tinha andado de trenzinho por aqueles dias! Mais volúvel impossível! kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Já quis também ser CIENTISTA, na época em que era assumidamente viciado no desenho do "Sid, o Cientista" e todo dia me dava uma aula, ensinando alguma experiência que viu na TV e tal... Enchia o meu saco para colocar a teoria na prática, mas, como era ainda bem pirralho, eu sempre desconversava, contornava, adiava e ele ia esquecendo. Maldade, eu sei. Podei um cientista em potencial, um futuro Einstein, de repente! kkkkkkkkkkkkkkkkk

Depois ele me deixou bastante preocupada: queria me ajudar a corrigir provas, me pediu um quadro graaaaaaande e canetinhas de quadro: "uma preta, uma azul, uma vermelha e uma verde". Desse jeito! (risos) E disse que ia ser PROFESSOR... de inglês! Que traidor! kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Recuperou um pouco o juízo e disse, meses depois, que queria ser VETERINÁRIO, para cuidar dos bichinhos e tal. DE GRAÇA! Porque "veterinário era muito caro e as pessoas muito pobres"! kkkkkkkkkkkkkkk 

Depois disso ele quis ser MÉDICO ("de gente"!!!), depois de um kit que ganhou de presente de um vereador, Doutor Adriano, a quem ele deu um quadrinho pela escola, e que o deixou todo empolgado! Essa certeza só durou até precisar ir à UPA e ficar no soro... desistiu de ser quando viu a agulha... e depois ainda perdeu to-tal-men-te a coragem quando a vó caiu na rua e ficou toda ralada, com sangue escorrendo pra tudo quanto é lado, a ponto de fazer uma trilha pelo chão, que nem filme de terror. kkkkkkkkkkkkkkk

Até o mês retrasado ele queria ser PREFEITO (que eu falei que não é profissão!) e MÉDICO ("que nem Marquinho Mendes e Ivo Saldanha") e disse que nenhum professor, com ele no comando, precisaria fazer greve porque ele ia dar "muuuuuito dinheiro" (impossível ele sair imune a tantas greves, do município -- dele -- e do Estado -- minha). Coitado! Pelo visto, desistiu, e de ambas as coisas. Que alívio! (risos)

Ontem mesmo ele pegou um papel que viu na rua e quis trazer pra casa, mesmo levando várias broncas, porque disse que ali tinha um prédio desenhado e o sonho dele era, no futuro, construir muitas casas, até uma pra ele mesmo! Será que vem aí um ENGENHEIRO?!? (risos)

Mas agora, só pra confirmar, pra ver se ele ainda não mudou de ideia, acabei de perguntar e ele prontamente respondeu que quer "criar vídeos maneiros para trabalhar no You Tube" e criar desenhos para a TV! É mole?!?  kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Vamos ver o que mais ele vai aprontar... qual serão as próximas profissões... até ele chegar àquela que ele vai escolher, de fato, ou que o escolherá, porque no fundo é isso... A gente só parece escolher... Eu só sei que me divirto! Acho um barato! E as cenas dos próximos capítulos só o futuro dirá! É aguardar! E que ele seja muito feliz e realizado no que ele escolher! Como mãe, apoiarei! Sempre! 

(Andreia Dequinha - mãe do polivalente Miguel)

domingo, 4 de setembro de 2016

Senta aqui, papai, a gente precisa conversar sobre a mamãe


Ei, papai!

Estou ainda me acostumando com a sua barba que espeta e suas mãos grandes segurando meu corpinho de bebê, mas já percebi pelo seu sorriso que você é amigão e por isso vou te dar umas dicas sobre a mulher da nossa vida. Essa mesmo, a mamãe. 

Ontem de madrugada ela estava triste, Sozinha e no frio. Eu chorei, porque ela não podia. Pedi colo, porque assim eu dava um pouco de colo pra ela. Tente entender, papai. 

Então, quando perceber as dobrinhas a mais na barriguinha dela, vamos combinar de deixar pra lá. Quando vir que o cabelo dela, antes cheio e brilhante, está caindo, lembre a ela que vai passar. Diga pra ela todo dia que ela é linda. É isso que eu falo quando a acordo com um sorriso às três da manhã. 

Eu e mamãe passamos 40 semanas juntos na barriguinha e eu ainda preciso muito dela. Então, se de manhã ela estiver com olheiras por não ter dormido, seja compreensivo e não se irrite se ela não achar boa ideia você ir pro futebol com seus amigos e quiser sua companhia. Troca a minha fralda ou lava a louça lá na cozinha e lembra que vai passar! Daqui a pouco vou pro futebol com você e mamãe pode ler aquele livro que comprou antes de engravidar e deixou de lado pra ler tudo sobre maternagem.

Lembre a cada segundinho que não é fácil criar e parir uma nova pessoa. Lembre dos seios dela sempre pesados, gotejando leite e algumas vezes machucados. Eu estou aprendendo ainda e algumas vezes sou impaciente. Mas a mamãe nunca é! 

E se ela não souber o que fazer e se desesperar enquanto eu choro desesperado, também sem saber o que fazer com o meu corpinho e as coisas novas que estou aprendendo, me pega no colo, passeia comigo pela casa e dá alguns minutinhos pra mamãe chorar escondido, respirar fundo e voltar pra mim. Às vezes a gente vai precisar desses minutinhos longe para vermos o quanto nos queremos. 

Entenda, por favor, que ela vai ficar um tempo sem maquiagem, que ela vai até se esquecer de escovar os cabelos depois das madrugadas que passarmos acordados. E, se isso acontecer, penteia pra ela, faz uma massagem nos ombros tensos. Ela acha que tem que carregar o mundo todo nos braços  e ela carrega, porque eu sou o mundo dela agora (mas depois que eu estiver um pouquinho maior eu prometo deixar você entrar nesse nosso mundinho!). 

Algumas noites eu vou estranhar o mundo e tudo à minha volta. Vou chorar pra valer. Provavelmente vai acontecer no mesmo dia que eu passar a tarde toda acordado, brincando de testar as minhas perninhas e braços. Mamãe estará exausta, eu sei. Mas não posso evitar de experimentar o mundo. 

Quando eu estiver até vermelho de tanto chorar  e a mamãe chorando junto, me pega no colo, me leva pra dar uma voltinha no prédio e dê à mamãe pelo menos uma hora pra tomar um banho relaxante ou tirar uma sonequinha. Eu vou lembrar de você, papai, na mesma proporção do tempo que você se dedicar a mim. Aquelas horas que você "perder" deixando de lado um jogo na TV ou preciosas horas de sono são as que irão contar na balança do nosso relacionamento. 

E pode ser até que a gente se acerte quando eu estiver maiorzinho, mas não podemos deixar a mulher da nossa vida se sentindo mal com ela mesma nesse meio tempo, né? Porque ela vai, papai, Vai se culpar, vai achar que não está dando conta. Meu trabalho é sorrir pra ela e amá-la cada dia mais. O seu é fazer parte. 

(Flávia Carvalho)


Gente, achei lindíssimo este texto, me identifiquei pacas com ele, e olha que já faz um tempinho que o Miguel nasceu! Então resolvi trazê-lo pra cá, compartilhar com as leitoras do nosso blog e aproveitem para conhecer o site da autora, pois lá podemos encontrar muitos outros textos interessantes e fofos também! Aposto como vão amar, tanto quanto eu! Um abraço e bom restinho de final de semana! 

sábado, 3 de setembro de 2016

A vida em cores


Tenho que admitir: a televisão é babá dos nossos filhos. Não como aquela que limpa, alimenta, cuida, leva passear e possui laços afetivos; mas a que os mantém por  minutos ou  horas cativos sob a fascinante telinha de entretenimento, permitindo assim que a mãe realize as demais tarefas domésticas. Esse é o primeiro contato deles com o universo da fantasia. Depois disso, impossível  resistir aos encantos dos enredos coloridos,  diversificados, musicados e tão cheios de graça que atendem aos anseios imaginários desde a  fase infantil, adolescente e se estende à adulta.

Os anos se encarregam de escrever uma lista imensa de desenhos animados e de filmes que conquistaram a preferência dos meus ex-pequeninos. Não que eu os tenha influenciado, ao contrário, sou meio adversa a várias produções que fazem sucesso com a garotada. Não  desenvolvi esse gosto quando criança, pois não havia televisão em minha casa até os 12 anos. Raramente assistíamos a algum filme ou programas na TV e quando isso ocorria, eram em visitas rápidas na casa do vizinho. No entanto, a presença dessa “criatura que fala” não nos fez falta.  As protagonistas éramos nós nas brincadeiras criativas, nas simulações do cotidiano. Esse legado foi significativo para a minha formação. O consumismo pregado pelos meios de comunicação chegou meio atrasado e se alojou pelos cantos da casa do jeito que pode...

O dono da pensão, entretanto, é um fruto das produções visuais e sonoras que a telinha despeja diariamente. Conhece TODOS os desenhos. Já assistiu a (QUASE) todos os filmes. Às vezes eu o testo,  perguntando como é o desfecho de tal filme e ele conta TUDO em detalhes. Não sei como cabem tantas informações televisivas naquela cabeça! Lógico que ele fez questão de transmitir esse prazer para os filhotes e netos, pois assim assiste, se diverte, comenta e revive as alegrias  junto às gerações que ajudou a construir.

De certa forma, sou grata à televisão por ocupar meus filhos com suas histórias, afinal eu tinha que me desdobrar para dar conta das demais obrigações. Como seria se fosse diferente com  as minhas duas bênçãos: o Irrequieto Danilo e a curiosa Patrícia?

O Danilo gostava de alguns super-heróis. Quando pequeno, teve sua fase de “He Man”; até precisei comprar uma espada para que ele erguesse e gritasse também “Eu tenho a força!” O poder e o protagonismo ficcional já o encantava desde pequeno e não foi diferente ao crescer. Haja vista sua dedicação plena pelos objetivos traçados e as vitórias conquistadas. Todavia, seus gostos não se limitavam à proezas super-humanas, gostava muito do “Gato Félix” e do filme “O Elo Perdido”, segundo ele. Lembro-me que em alguns episódios do Gato Félix, havia um tipo de esquimó baixinho que derrubava árvores e quaisquer obstáculos em seu caminho gritando "babum". Danilo adorava o Félix, mas tinha pavor do tal de “babum”. Esse medo do personagem durou alguns anos e confesso que, algumas vezes, eu me prevaleci disso para fazê-lo obedecer.

Lembro-me também que ele sempre foi muito ligado a filmes, vídeos, programas ou reportagens que discorriam sobre bichos. “O Mundo Animal” era assistido constantemente. Por isso ele sabia e sabe tanto sobre os animais. Quando surgia qualquer dúvida referente, eu já sabia a quem recorrer.

Danilo nunca gostou de enredos dramáticos ou melosos. Na fase adolescente e adulta, preferiu as produções sobrenaturais de suspense ou terror, como: “Anjos Rebeldes; “A Hora do Pesadelo” (com o inesquecível e apavorante  Freddy Krueger); “O Exorcista”; e outros  filmes com lobisomens, vampiros, zumbis... Desenhos? “Os Simpsons”.

A minha princesa, embora possua o sangue azul, NUNCA gostou das princesas frágeis e passivas como: a Bela Adormecida,  Cinderela, Rapunzel, Branca de Neve e outras. Sempre torcia para a bruxa, que segundo ela, tinha mais personalidade e atitude. Desde pequena, Patrícia já demonstrava  seu juízo de valor sobre as pessoas, mesmo as fictícias. O amor pelos animais e gostar de saber sobre eles também era tributo da pequena. Assistia e curtia com o irmão as reportagens. 

Preferi consultá-la sobre os desenhos e filmes que mais marcaram sua infância e adolescência e eis a resposta: “Muppets Baby”; “o Fantástico Mundo de Boby”; “Doug”; “Nossa Turma”; “Pedra dos Sonhos”;  “Timão e Pumba”; “As Aventuras de Tintim”; “Ursinhos Gummy”; “101 Dálmatas”; “Ducktails”; “Ursinhos Carinhosos”; “Punk, a Levada da Breca”; “Cavalo de Fogo”; “Dênis, o Pimentinha”; “Manda Chuva”; “Castelo Ra Tim Bum”; “Contos de Fada (a série)”; “A Turma do Pateta”; “programa “Glub Glub”; programa “Mundo de Beckman”; série “Anos Incríveis”; série “Mundo da Lua”; programa “X Tudo”; desenho “Os Anjinhos”; desenho “De Volta ao Vale Encantado”; “Os Animais do Bosque dos Vinténs”; “Arrume Tudo e Pare com isso”; Chiquititas”; “Tv Cruj”...

Além desses mencionados, lembro-me que eles assistiam ao ‘Sítio do Pica-pau Amarelo, “Carrossel” e adoravam “Chaves”. Nunca se interessaram por “Xuxa” nem Angélica, muito menos Mara Maravilha (que de maravilha não tinha NADA). Na verdade, NENHUMA dessas apresentadoras infantis famosas conquistou meus filhos. Segundo eles, o que salvava o programa eram alguns desenhos. (Eu concordo em gênero, número e grau que elas são dispensáveis...)

O Gabriel, meu filho com mel, “ops”, meu neto, possui um rol de desenhos e filmes preferidos;  aliás em casa há um arsenal de filmes dele que fui comprando aos poucos e ocupam as prateleiras da estante da sala, além daqueles que ele assiste pelos canais assinados.

Gabriel  adora  desenhos cujos protagonistas são gatos, em especial: Gato Felix”(não é da época dele, mas quando lhe foi apresentado, apaixonou-se); “Garfield”; “Manda-Chuva”; “Tom e Jerry”; “Mingau” da Turma da Mônica; “O Gato de Botas”. Outros desenhos igualmente o encantam desde pequeno: “Pocoyo”; “Doki”; ”Backyardigans”, “Os Heróis da Cidade”;  Picapau”; “Naruto”;Charlie e Lola“; Tromba Trem” Scooby doo”;  Sítio do Pica-pau Amarelo”; Ben 10 “ “Pokémon”; “Hora de Aventura; “Os Simpsons”... Houve a fase dos dinossauros: Em Busca Do Vale Encantado”; “King Kong”; “Jurassic Park”; “Dinossauro”, etc. Semelhante ao pai, ama assistir reportagens sobre os animais,  meio ambiente e mitologia grega. A Medalha de ouro, porém,  vai para  todos os episódios do “Chaves”, sua paixão até hoje.
Não posso deixar de mencionar que o mais novo membro da família, outro herdeiro do Danilo,  o netíssimo JOHNNY,  desde os primeiros meses provou que  a televisão também é sua aliada e companheira nos momentos em que precisa se distrair e ficar mais tranquilo. Por enquanto, as músicas e as imagens na telinha que prendem  sua atenção são: os episódios da “Galinha Pintadinha” e do “Patati Patatá”. Pelos vistos, seguirá os passos do avô, do pai e do irmão...

Por tabela, eu acabo aderindo a algumas dessas preferências pelo simples prazer da companhia dos meus filhos, netos e marido, afinal, assistir é preciso, a aprendizagem é contínua, ficar perto deles é imensurável...

(Zizi Cassemiro -  mãe do Danilo e da Patrícia, avozíssima do Gabriel e do Johnny)